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Como usar o jogo digital Minecraft para aprender história

Projeto do colégio Porto Seguro, em parceria com a UNESCO, incentiva alunos a reconstruírem monumentos históricos no Minecraft

 (YouTube/Thomas Schutt/Reprodução)

(YouTube/Thomas Schutt/Reprodução)

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Maria Eduarda Cury

Publicado em 27 de setembro de 2019 às 14h20.

São Paulo - Neste fim de semana, o colégio Visconde de Porto Seguro, que possui três unidades em São Paulo - Morumbi, Panamby e Valinhos - irá sediar um congresso, chamado Porto.komm, organizado por alunos. Dentre os temas escolhidos para serem explorados, a questão da tecnologia na educação se destaca e um dos projetos é o Minecraft/History Blocks, desenvolvido em parceria com a Microsoft, a Unesco e a Agência África. A iniciativa tem como objetivo incentivar estudantes de diversas idades a utilizar o jogo virtual para que eles aprendam história e compreendam o valor de construções e monumentos históricos.

A escolha do Minecraft para o projeto se deu por conta de seu caráter criativo: neste universo virtual, os jogadores têm liberdade para criar e alterar o que desejarem. Há ainda a possibilidade de compartilhar o ambiente virtual com outros jogadores.

A estrutura do mundo digital é formada por blocos tridimensionais, e os usuários recebem ou conquistam vários tipos de ferramentas que servem como objetos de construção ou destruição dos blocos que encontram pela frente.

Como a ideia do jogo é que cada usuário, no modo criativo - chamado superplano -, desenvolva o seu próprio mundo a partir de suas ferramentas, a intenção dos educadores é estimular a curiosidade e a criatividade de seus alunos.

Francisco Tupy, professor de geografia de 6º e 7º séries do colégio Porto Seguro e designer de jogos, disse a EXAME que, antes dos alunos decidirem qual construção histórica será reproduzida no game, eles assistem a uma aula de história sobre os monumentos de diversos continentes.

Depois disso, os alunos são livres para estudarem mais sobre o que mais se interessaram e, apenas então, reconstroem digitalmente a construção de sua preferência.

O plano de aula, no entanto, pode ser modificado conforme as necessidades do educador. Por exemplo: caso o professor esteja ensinando os alunos sobre a história da arquitetura do Oriente Médio, ele tem autonomia para fazer com que o plano de aula se encaixe com seu conteúdo. A sequência geral do plano de aula é:

  1. Explicar para os estudantes a relevância da Unesco - agência derivada da Organização das Nações Unidas (ONU) que promove a paz e a segurança nas áreas da educação, das ciências e da comunicação -;
  2. Apresentar para os alunos os monumentos que estejam presentes na lista de patrimônios da agência;
  3. Pesquisar os monumentos e as construções no mapa digital da agência;
  4. Selecionar um ou mais para ser reconstruído no Minecraft.

Segundo Tupy, coordenador do projeto, o foco do projeto são monumentos destruídos em guerras, como a Catedral de Aachen, na Alemanha, e a Acrópole de Atenas, na Grécia. Segundo o professor, para aumentar o conhecimento cultural e histórico de seus alunos, requisitou que escolhessem um monumento do Oriente Médio, um do Brasil e um da Alemanha para estudarem sobre e realizarem sua versão digital.

Esse exercício, para o geógrafo, aumentou a empatia cultural e cidadania dos estudantes, os colocando como protagonistas de um mundo que considerassem ideal - já que a intenção é reconstruir partes da história que foram danificadas por guerras.

Como o projeto é suportado em todas as versões do Minecraft, os alunos podem começar em casa e levar suas criações para casa, além de compartilhá-las com outros jogadores.

O projeto une a popularidade de um jogo digital e a importância do uso dos recursos tecnológicos para incentivar as crianças e adolescentes a ampliarem seu conhecimento histórico e cultural.

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