Tecnologia

Como é a produção da minissérie filmada em 4K da Globo

Ligações Perigosas, a nova minissérie da Rede Globo, custou 30% mais do que a produção da maioria das novelas do canal

Ligações Perigosas: a minissérie terá dez capítulos (Globo/Caiuá Franco)

Ligações Perigosas: a minissérie terá dez capítulos (Globo/Caiuá Franco)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2015 às 15h23.

São Paulo – A Globo irá lançar em janeiro de 2016 a minissérie Ligações Perigosas, uma produção brasileira totalmente filmada em 4K. À convite da empresa, fui assistir aos dois primeiros episódios da minissérie na telona com resolução 4K de um cinema na capital paulista.

Nas primeiras cenas foi perceptível que as cores das imagens eram mais vibrantes e nítidas, tornando possível a visualização de pequenos detalhes. Aliás, a produção abusou nos enquadramentos em objetos e rostos, o que ajudou na avaliação.

Além de assistir à minissérie na telona, também tive a oportunidade de vê-la em uma televisão com tecnologia 4K. A diferença foi menos notável, porém a fotografia das cenas estava mais nítida e brilhante do que a de uma resolução em HD.

Relativamente antigo – a primeira TV com a tecnologia foi criada em 2003 – o 4K começou a se tornar popular neste ano devido à queda de preços. Antes, um televisor com a tecnologia custava 100 mil reais, agora é possível adquirir uma por menos de cinco mil reais.

O termo 4K significa que sua densidade total de pixels é quatro vezes maior do que a do padrão Full HD. No entanto, é quase impossível ver a diferença entre ambos os padrões a menos que a tela seja muito grande.

Vale ressaltar que, além do tamanho da tela, outro fator é importante quando você for assistir a um filme ou série em 4K: a distância entre você e o televisor. No cinema, tive a oportunidade de sentar na quinta fileira. Desse modo, foi possível avaliar a diferença entre os padrões HD e 4K.

Essa não é a primeira vez que a Globo lança uma produção com essa resolução. Em 2014, a minissérie "Dupla Identidade" usou a mesma tecnologia.

Apenas no Globo Play

Como a televisão aberta não comporta a resolução 4K, Ligações Perigosas poderá ser vista com essa tecnologia apenas no Globo Play, o serviço de streaming de vídeos do canal. De acordo com Paulo Rabello, diretor de tecnologia para entretenimento da Globo, será possível assistir à minissérie com uma internet de 30 Mbps.

Um capítulo de Ligações Perigosas equivale a 12 capítulos de uma novela normal em quantidade de armazenamento de material bruto. O Projac quase para quando estamos renderizando e editando as imagens, compara Rabello em uma coletiva de imprensa.

O Netflix disponibiliza a segunda temporada da série House of Cards em 4K nos Estados Unidos a uma taxa de 15 Mbps. Portanto, para assistir a um vídeo sem travas para carregar, uma conexão de 20 Mbps seria o mínimo.

Segundo Vinícius Coimbra, diretor geral da minissérie, como a utilização da tecnologia 4K depende de uma superprodução, seu custo é alto. Nós gastamos 30% mais na produção de Ligações Perigosas do que normalmente gastaríamos em outras novelas, conta.

Coimbra explica que as roupas do figurino precisaram ser feitas a partir de tecidos não-sintéticos e a maquiagem precisou ser diferente devido à resolução 4K. "Como o sensor da câmera é extremamente sensível, até a luz precisou ser mais controlada. A gente trabalha em quarto escuro, pois o sensor 'inventa' a luz", brinca. 

Ligações Perigosas terá dez episódios e será lançada no dia quatro de janeiro de 2016 no canal aberto da Rede Globo e no dia 1º de janeiro de 2016 no Globo Play. É a primeira vez que a empresa lança uma produção primeiro na internet do que na televisão aberta.

O trailer da minissérie pode ser visto abaixo:

yt thumbnail
Acompanhe tudo sobre:ArteCinemaEmpresasEmpresas brasileirasEntretenimentoGloboServiçosTelevisãoTVTV 4K

Mais de Tecnologia

UE multa grupo Meta em US$ 840 milhões por violação de normas de concorrência

Celebrando 25 anos no Brasil, Dell mira em um futuro guiado pela IA

'Mercado do amor': Meta redobra esforços para competir com Tinder e Bumble

Apple se prepara para competir com Amazon e Google no mercado de câmeras inteligentes