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Como as redes sociais estão combatendo a desinformação sobre o coronavírus

O Twitter ganhou destaque ao remover tuítes de Jair Bolsonaro, mas Facebook, LinkedIn e outras redes sociais combatem conteúdo falso sobre a covid-19

Twitter: empresa removeu mensagens falsas sobre a hidroxicloroquina (Dado Ruvic/Reuters)

Twitter: empresa removeu mensagens falsas sobre a hidroxicloroquina (Dado Ruvic/Reuters)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 30 de março de 2020 às 13h38.

Última atualização em 30 de março de 2020 às 15h46.

Diante da pandemia do novo coronavírus, as redes sociais precisam combater outro tipo de conteúdo viral que se propaga pela internet: a desinformação. Na noite do último domingo, 29, o Twitter removeu tuítes do presidente Jair Bolsonaro nos quais defendia que as pessoas voltassem ao trabalho. O presidente também citou o medicamento hidroxicloroquina como um tratamento para a doença covid-19, causada pelo novo coronavírus. No entanto, os estudos sobre a eficácia da droga ainda estão em estágios iniciais e a afirmação, portanto, não era inteiramente verídica.

Rudy Giuliani, ex- prefeito de Nova York e atualmente um dos advogados do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também teve um tuíte apagado pelo Twitter. Na mensagem, agora indisponível, Giluliani citava Charlie Kirk, que dizia que o medicamento hidroxicloroquina, usado contra malária, lúpus e artitre reumatoide, tinha taxa de 100% de efetividade no tratamento da covid-19. A informação não procede. As pesquisas sobre o medicamento ainda são preliminares e os testes feitos em hospitais ainda são em caráter experimental.

Em nota, o Twitter informou que ampliou as regras de sua comunidade para abranger conteúdos contrários à saúde pública, o que justifica a remoção de conteúdos falsos em relação ao novo coronavírus.

O Google optou pela remoção do aplicativo Infowars de sua loja de apps para smartphones com sistema operacional Android. O Infowars, removido da loja virtual do iPhone há mais de um ano por conter conteúdo controverso, questionou medidas preventivas para a contenção da pandemia do novo coronavírus. Ao site americano Business Insider, o Google informou que combater a desinformação na Play Store tem sido uma prioridade da empresa. “Quando encontrarmos aplicativos que violem a política da loja por distribuir informações enganosas ou prejudiciais, vamos removê-los”, informou a empresa.

Recentemente, o Google anunciou uma equipe de resposta a conteúdos sobre coronavírus que trabalha 24 horas removendo conteúdos falsos ou enganosos do buscador e do YouTube, ao mesmo tempo que destacam conteúdos de autoridades de saúde pública.

Para reduzir a desinformação na rede social, o Facebook está direcionando seus usuários a sites oficiais de governos. A rede social tem, ainda, uma aba chamada “Centro de Informação Sobre o Coronavírus” em países europeus. O objetivo é concentrar e destacar informações verificadas sobre a progressão da pandemia.

Em um raro esforço conjunto, as empresas de tecnologia Facebook, Google, YouTube, Microsoft, LinkedIn, Reddit e Twitter divulgaram um comunicado conjunto em 16 de março falando sobre as medidas que tomam para conter a propagação de informações falsas sobre a covid-19.

“Estamos ajudando milhões de pessoas a permanecer conectadas enquanto combatemos em conjunto fraudes e desinformações sobre o vírus ao destacar conteúdos de autoridades em nossas plataformas e ao compartilhar atualizações críticas em coordenação com agências governamentais de saúde em todo o mundo", afirma o comunicado. "Convidamos outras empresas a se unirem a nós enquanto trabalhamos para manter nossas comunidades saudáveis e seguras."

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