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Como a Apple movimentou US$ 500 bi sem precisar vender um único iPhone

Estudo da fabricante americana mostra que seu verdadeiro pote de ouro pode estar na venda de serviços e não de produtos

App Store: loja de aplicativos da Apple movimentou mais dinheiro do que muitas economias globais em 2019 (Sean Gallup / Equipe/Getty Images)

App Store: loja de aplicativos da Apple movimentou mais dinheiro do que muitas economias globais em 2019 (Sean Gallup / Equipe/Getty Images)

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Rodrigo Loureiro

Publicado em 16 de junho de 2020 às 14h18.

Última atualização em 16 de junho de 2020 às 17h25.

Um estudo realizado pela Apple revelou que a companhia movimentou mais de 519 bilhões de dólares em 2019 somente com transações realizadas na App Store. A cifra contabiliza a venda de aplicativos, custos com publicidade digital e os gastos dos usuários na compra de produtos ou serviços físicos.

De acordo com a fabricante do iPhone, o estudo é uma tentativa de quantificar a importância da plataforma para a economia global. A ideia é medir o impacto dos aplicativos na criação de empregos e no estímulo ao empreendedorismo e à inovação.

Para efeito de comparação, se a App Store fosse um país e sua movimentação financeira fosse o Produto Interno Bruto, a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país durante um ano, a loja de aplicativos da Apple superaria a Bélgica e se tornaria a 25ª maior economia global. Também deixaria para trás países como Dinamarca, Argentina e Portugal.

Segundo o estudo, uma fatia de 413 bilhões de dólares veio dos gastos na App Store com serviços físicos. Nesta seara estão aplicativos para o transporte individual de passageiros e de entrega de refeições e de mercadorias para os consumidores. O valor computado é somente aquele que é transacionado pela plataforma da maçã.

O restante é dividido entre duas partes. A menor soma 45 bilhões de dólares e é proveniente de publicidade digital inserida dentro dos programas. Por fim adiciona-se a quantia de 61 bilhões de dólares obtida com a venda de aplicativos e de serviços digitais (como a compra de vantagens especiais em jogos).

Apesar do valor ser alto, a Apple fica com uma “pequena” parte deste valor. A companhia de Cupertino recebe apenas entre 15% e 30% da última fatia. Ou seja, do valor obtido com a venda de aplicativos e serviços digitais. Das outras parcelas, a Apple não gera um único centavo de dólar para seus cofres.

Por isso, os resultados financeiros divulgados pela Apple referentes ao seu último ano fiscal, encerrado em setembro de 2019, não chegam nem perto do meio trilhão de dólares. A receita da empresa no período foi de 260,1 bilhões de dólares, queda de pouco mais de 2% em relação ao ano fiscal anterior, quando o faturamento bateu recorde de 265,6 bilhões de dólares.

A receita contabilizada na categoria “serviços”, e que inclui, além da App Store, AppleCare, iCloud, Apple Pay, AppleCard, entre outros, foi de 46,2 bilhões de dólares. A alta é de 16,4% em relação à receita obtida no ano anterior. A Apple não especifica quanto faturou com cada um desses serviços individualmente.

A maior parte do faturamento da Apple em 2019 veio da venda de iPhones. A companhia reportou receita de 142,3 bilhões de dólares com a venda dos celulares – 13,6% menor do que a obtida em 2018. As vendas de Macs somaram 25,7 bilhões de dólares; de iPads, 21,2 bilhões de dólares; e de outros dispositivos, como relógios inteligentes, 24,4 bilhões de dólares.

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