Espionagem digital: o projeto será integrado por um painel de 25 políticos, acadêmicos, antigos membros de agências de inteligência e especialistas (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 21 de fevereiro de 2014 às 06h26.
Davos - Uma comissão independente presidida pelo ministro das Relações Exteriores da Suécia, Carl Bildt, discutirá durante os próximos dois anos o futuro da internet e da governança na rede, anunciaram nesta quarta-feira seus promotores, os laboratórios de ideias CIGI e Chatham House.
O projeto, anunciado durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, será integrado por um painel de 25 políticos, acadêmicos, antigos membros de agências de inteligência e especialistas que analisarão a liberdade, a segurança e a vigilância na rede.
Os três aspectos, segundo declarações de Bilt, estão "intimamente ligados", e fazem parte do debate iniciado com as revelações do ex-técnico da Agência de Segurança Nacional (NSA) Edward Snowden, que denunciou os programas americanos de espionagem em massa.
A comissão, segundo comunicado, fomentará discussões públicas e debates sobre o futuro da governança da internet através de uma plataforma pública de consulta e de outros canais institucionais, midiáticos e acadêmicos.
Os integrantes, além disso, darão uma "visão estratégica" sobre o futuro da rede, que deve servir como roteiro para os países que defendem uma internet "livre e aberta".
O trabalho terá foco na promoção de uma "governança legítima", no impulso à inovação, na garantia dos direitos humanos e na prevenção de riscos "sistemáticos", de acordo com os dois comitês de analistas, que reconhecem que embora o controle da rede "pareça técnico e esotérico" para muita gente, é uma questão "altamente política".
"A governança da internet é importante demais para ser deixada apenas nas mãos dos governos. A internet é uma parte fundamental da economia global e a maneira de administrar seu futuro será decisiva para facilitar seu desenvolvimento para todos", concluiu a diretora de pesquisa do departamento de segurança na internet da Chatham House, Patricia Lewis.