Estudo indica que 56% dos pais de crianças entre 8 e 12 anos deram um celular para os filhos (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de agosto de 2015 às 21h10.
Você quer saber se chegou a hora de dar um celular para seu filho? Normal. Faz sentido que você queira que seu filho esteja conectado com você 24 horas por dia. Além do mais, muitas crianças têm celular.
Infelizmente, o uso de celulares está associado a diminuição da atenção, dores nos punhos e problemas de sono.
A chave para evitar esses problemas é fazer um uso consciente do aparelho, o que exige um nível de responsabilidade e autocontrole que só vem com a idade. Como decidir se chegou a hora?
Conversamos com John Breyault, da Liga Nacional dos Consumidores. Em 2012, ele trabalhou num estudo sobre crianças e celulares.
O estudo indicou que 56% dos pais de crianças entre 8 e 12 anos deram um celular para os filhos, mas Breyault afirma que é difícil recomendar uma idade específica.
“Não acho que exista uma hora ‘certa’ para uma criança ter um celular. Os pais é que devem decidir se ela está pronta para essa responsabilidade”, disse Breyault ao The Huffington Post.
“Algumas perguntas que os pais devem se fazer incluem: ‘Por que meu filho precisa de um celular?’ e ‘Será que ele é maduro o suficiente para usar o telefone de maneira responsável, sem acessar ou enviar conteúdos inadequados?’.
Fazer essas perguntas (para si mesmo e para seus filhos) antes de sair às compras pode evitar dores de cabeça na hora de escolher o aparelho e o plano certos, além de garantir que o celular será usado da forma certa”.
Também consultamos Michael Rich, professor da Escola de Medicina de Harvard e fundador e diretor do Centro de Mídia e Saúde da Criança no Hospital da Criança de Boston.
Rich estudou extensivamente o impacto da mídia nas crianças. Eis o que você precisa saber sobre celulares e crianças:
Quando seu filho precisa de um smartphone?
A função mais importante do aparelho é manter a criança em contato com os pais. Apesar de “tecnicamente” seus filhos nunca precisarem de um smartphone, você decide qual é a hora certa.
“Como toda mídia, de TVs a computadores, celulares são ferramentas”, disse Rich ao The Huffington Post.
“Elas são eficazes para certas tarefas, e as crianças só ‘precisam’ de celulares quando eles forem a melhor ferramenta para determinada tarefa, como ligar para casa depois de um treino para os pais irem buscá-la.”
Quais são os potenciais problemas?
Como mencionado acima, há vários problemas associados ao uso de smartphones. “Há muita preocupação em relação a atividades danosas, como o cyberbullying e as mensagens de texto de caráter sexual”, explica Rich.
“O maior risco para o bem estar e o desenvolvimento de longo prazo é que as crianças se distraiam das pessoas e experiências reais.”
E os benefícios?
O smartphone tem seu lado bom. Como nota Rich, o que importa não é o telefone, mas sim de como ele é usado.
“Se as crianças aprendem a fazer um uso consciente, focado e efetivo do aparelho e não distraem de experiências mais produtivas e significativas, os smartphones podem ser usados sem maiores riscos”, afirma Rich.
Antes de tomar a decisão, tenha uma conversa.
Se você tem planos de comprar um celular para seu filho no futuro próximo, certifique-se de estabelecer as regras primeiro. Se você não quer que ele use certos aplicativos, por exemplo, deixe isso claro.
“Os pais têm de mostrar para as crianças qual é o uso correto do celular, e qual é o uso incorreto, além das consequências do mau uso.”
Apesar do que você possa ter ouvido, o mundo não vai acabar se seu filho tiver um smartphone. Basta deixar as regras bem claras.