Celular: solução permite fazer compras, transferências entre clientes do serviço saques em qualquer terminal de autoatendimento do Bradesco ou do Banco 24 Horas (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 23 de outubro de 2013 às 11h08.
São Paulo - O primeiro produto fruto da parceria entre Claro e Bradesco em pagamentos móveis é o "Meu Dinheiro Claro", um cartão de débito pré-pago no celular que começa a ser testado esta semana em quatro cidades brasileiras: Goiânia/GO, São João de Meriti/RJ, Belford Roxo/RJ e Duque de Caxias/RJ.
Essas cidades foram escolhidas por terem baixo índice de bancarização e alto market share da Claro. No ano que vem o serviço será expandido para todo o País. Internamente, a operadora trabalha com um horizonte de dois anos para alcançar o break-even com esse produto.
A solução permite que o usuário faça compras em estabelecimentos atendidos pela rede da Cielo, realize transferências entre clientes do serviço e faça saques em qualquer terminal de autoatendimento do Bradesco ou do Banco 24 Horas. Tudo isso é feito através de comandos pelo celular, usando a tecnologia USSD, presente em qualquer modelo de aparelho, até os mais simples. No caso de saque, o usuário recebe um número que funciona como um token para a retirada no caixa eletrônico. Os depósitos, por sua vez, são feitos na rede de correspondentes bancários do banco, a Bradesco Expresso.
Qualquer assinante da Claro nessas cidades pode aderir ao serviço. Basta comparecer a uma rede da operadora munido de CPF, RG e comprovante de residência. Depois disso, o assinante recebe por SMS as instruções para a conclusão do cadastro. Também é entregue um cartão de plástico do serviço, que pode substituir o celular em pagamentos e saques.
A adesão é gratuita. A Claro cobra uma tarifa de R$ 5 por cada saque e uma de R$ 1,5 por cada transferência. O valor integral das tarifas é revertido em créditos para telefonia celular do assinante.
Com esse lançamento, a Claro começa a competir com Vivo e Oi, que iniciaram serviços similares este ano, o Zuum e o Oi Carteira, respectivamente.
Análise
Por enquanto, os serviços de m-payment criados pelas operadoras permitem transferências apenas entre assinantes da mesma base. Isso vai mudar depois que o Banco Central publicar a sua regulamentação sobre pagamentos móveis, o que deve acontecer até o fim do ano. Uma das diretrizes definidas pela presidente Dilma Rousseff é de que os serviços sejam interoperáveis. Será um caso raro no mundo: na maioria dos mercados onde m-payment decolou em países emergentes, a interoperabilidade não é obrigatória. Contudo, geralmente são mercados onde há grande concentração de base de telefonia celular em uma única operadora.
No Brasil, com a forte competição e a divisão quase igualitária entre quatro teles, a interoperabilidade é uma característica essencial para o sucesso do m-payment.