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Cigarro é mais viciante que cocaína, aponta relatório

Estudo afirma que é mais fácil se tornar dependente do cigarro que da cocaína e da heroína

Cigarro (superfantastic/flickr)

Cigarro (superfantastic/flickr)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2014 às 09h01.

Os cigarros estão mais viciantes e perigosos. É o que se pode concluir a partir de um relatório lançado nesta terça (2) pela Tobacco Free Kids.

O trabalho, que foi elaborado a partir de pesquisas e documentos cedidos pela indústria do tabaco, afirma que é mais fácil se tornar dependente do cigarro que da cocaína e da heroína.

Segundo o relatório, isso é resultado de uma estratégia adotada pelas companhias.

Amônia, açúcares, e mais nicotina foram sendo adicionados à fórmula dos cigarros nos últimos 50 anos.

Esses aditivos fazem com que a fumaça se torne menos agressiva ao paladar e mais fácil de ser inalada, mas aumentam o efeito nocivo do cigarro à saúde.

Para se ter uma ideia, entre 1999 e 2011 o teor de nicotina dos cigarros aumentou em cerca de 14,5% em média. A substância é o principal causador de dependência do cigarro, e os sintomas de sua abstinência aparecem poucas horas depois de fumar.

Já a amônia aumenta a velocidade com que a nicotina é absorvida, amplificando a sensação de satisfação após fumar.

O açúcar, além de ser um saborizador, suaviza o sabor da fumaça.

Os artifícios para tornar o produto mais atrativo e facilitar a dependência não passam só pelo tabaco: o papel e os filtros ganharam pequenos orifícios, que permitem que o fumante aspire um volume muito maior de fumaça. São os chamados filtros ventilados.

"Nicotina e heroína apresentam mecanismos semelhantes para o desenvolvimento da dependência", afirmou um dos autores do relatório, o professor da Universidade da Califórnia David Burns à Agência Estado.

Burns criticou a suspensão no Brasil da resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proibia a adição de produtos que conferissem sabor para os cigarros.

"Companhias usam os aditivos para aumentar o número de vendas, para atrair jovens e evitar que pessoas abandonem o tabagismo", disse.

Romeu Schneider, da Câmara Intersetorial do Tabaco, lembrou à Agência Estado que a venda de cigarros a menores é proibida no Brasil. "É uma regra acertada. Respeitamos. Se crianças têm acesso, é a cigarro contrabandeado."

(Com Estadão Conteúdo)

 De Ione Aguiar

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