Londres - Cientistas do Hospital Geral de Massachusetts (EUA) identificaram, pela primeira vez, 15 áreas do genoma humano associadas ao transtorno depressivo maior (também conhecido como depressão maior) em indivíduos descendentes de europeus, segundo um trabalho publicado nesta segunda-feira pela revista "Nature Genetics".
A depressão maior é uma das desordens mentais mais comuns e inclui sintomas como alterações de humor, mudanças no sono, além de variações de apetite e fadiga.
Apesar de já existirem evidências consistentes de que a patologia tem componentes genéticos, os estudos sobre pessoas com ancestrais europeus ainda não tinham conseguido isolar áreas do genoma associadas à doença.
Recentemente, um trabalho com mulheres chinesas tinha identificado duas variantes genéticas ligados à depressão maior.
"Identificar os genes que aumentam o risco de sofrer uma doença é o primeiro passo para entender a parte biológica dessa patologia. Isso vai nos fornecer diretrizes úteis para que possamos desenvolver novos tratamentos", afirmou Roy Perlis, psiquiatra do Centro de Genética Humana do hospital americano.
"Essa descoberta deveria ajudar a deixar claro que estamos diante de uma doença do cérebro. Isso, esperamos, ajudará a evitar o estigma que ainda está associado com esse tipo de patologia", acrescentou o pesquisador em comunicado.
Perlis e seu grupo elaboraram um amplo estudo a partir dos dados de mais de 121 mil pessoas que foram tratadas por depressão maior e outras 338 mil que não sofreram o transtorno.
Todos os participantes da pesquisa eram clientes da companhia privada americana dedicada à genética 23andMe que se ofereceram para participar do trabalho.
"Os modelos baseados em neurotransmissores que estamos utilizando atualmente para tratar a depressão têm mais de 40 anos. Precisamos de novas diretrizes para descobrirmos outros métodos", afirmou o cientista.
"Outro aspecto relevante de nosso trabalho é que prova que o modo tradicional de desenvolver estudos genéticos não é o único que funciona. Utilizar grandes bases de dados que já existem pode ser muito mais eficiente para analisar desordens psiquiátricas", argumentou.
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1. Causas da depressão
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1/11 (Ryan McVay/Thinkstock)
Para certas pessoas, temperaturas geladas não são a única parte ruim do inverno. Cerca de 10 milhões de americanos também sofrem de transtorno sazonal afetivo, uma doença mental relacionada à
depressão que vai e vem de acordo com a época do ano. Na maioria das vezes, o problema se manifesta no fim do outono e dura até a primavera. Ele é tipicamente prevalente em pessoas que vivem onde o inverno é mais rigoroso. Infelizmente, a mudança das estações não é a única causa surpreendente da depressão. Há outros gatilhos – incluindo o estilo de vida – que podem precipitar o problema. “A depressão tem várias formas. Ela pode ser leve, e as pessoas continuam funcionando normalmente, ou então pode ser severa e debilitante”, disse ao The Huffington Post Josie Znidarsic, médico de família da clínica de bem estar da Cleveland Clinic. “Pode acontecer com qualquer um... Não é preciso haver um grande trauma. E não é algo que vá desaparecer se for simplesmente ignorado.” É claro que há casos em que a depressão não é causada por circunstâncias externas. A química cerebral, os hormônios e a herança genética podem ser fatores importantes. Dito isso, às vezes algum fator externo pode levar ao desenvolvimento de
doenças mentais. Veja a seguir alguns fatores surpreendentes que podem contribuir para a depressão.
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2. 1. Doenças crônicas
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2/11 (Reprodução/YouTube)
Lidar com doenças crônicas é difícil física e emocionalmente. As pessoas que sofrem de problemas crônicos como doenças cardíacas, diabetes e câncer têm maior propensão a sofrer de depressão, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças. É importante notar que os cientistas ainda não determinaram se a depressão leva a doenças crônicas ou vice-versa. Mas os especialistas ressaltam que há maneiras específicas de administrar o problema mental durante o tratamento das doenças crônicas.
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3. 2. Fumo
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3/11 (AFP/AFP)
Mais um bom motivo para largar o cigarro: um estudo britânico de 2015 indica que os fumantes têm maior probabilidade de sofrer de ansiedade e depressão do que os não-fumantes. Além disso, o estudo descobriu que fumar pode ser uma fonte de ansiedade, por causa da sensação de abstinência. “Aquele ‘barato’ do cigarro não é útil, pois é destrutivo para o corpo”, disse previamente ao HuffPost Michael Roizen, chefe da área de bem estar da Cleveland Clinic. “O ideal é descobrir o que te dá um ‘barato’ e que não cause ou contribua para doenças. Pode ser exercício, conversar com amigos ou cozinhar. Tudo isso ajuda, especialmente quando se trata de depressão.”
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4. 3. Uso excessivo das redes sociais
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4/11 (Thinkstock/BartekSzewczyk)
As mídias sociais são apenas um olhar de relance sobre a vida das pessoas; elas não retratam a realidade. Ainda assim, você pode usá-la para se comparar com os outros. Esse processo subconsciente é chamado pelos pesquisadores de “comparação social” e pode levar à depressão, segundo estudo publicado no Journal of Social and Clinical Psychology.
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5. 4. Seu bairro
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5/11 (Getty Images)
Você mora na cidade ou no campo? Isso pode ter impacto na sua saúde mental. Pesquisas mostram que as pessoas que moram em áreas urbanas podem ser mais suscetíveis a doenças mentais, particularmente a depressão, diz a Scientific American. Embora os pesquisadores afirmem que as causas subjacentes sejam incrivelmente complexas, acredita-se que passar mais tempo junto à natureza pode ser um antídoto poderoso.
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6. 5. Dieta
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6/11 (Dulla/Fotomontagem/VEJA)
Seu corpo e sua mente podem estar ligados ao que você consome. Pesquisas sugerem que as pessoas que têm maus hábitos alimentares – comidas com muita carne processada, açúcar e gorduras – também tinham maior propensão a relatar sintomas de depressão, segundo a Mayo Clinic. Uma análise de dados publicada em 2008 no Indian Journal of Psychology afirma que “a nutrição pode ter papel decisivo no início e na severidade e duração da depressão”. Isso é cíclico, claro. A depressão também pode levar à perda do apetite e às vezes impede uma nutrição adequada. Os especialistas afirmam que essa relação é complexa, mas, de qualquer modo, é algo a ter em mente quando se trata do seu humor.
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7. 6. Passar muito tempo sentado.
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7/11 (Thinkstock/Thinkstock)
O único caminho para uma mente e um corpo saudáveis é priorizar não só o que você come, mas também seu nível de atividade física. Pesquisas mostram que o exercício pode melhorar o humor. Não só isso: o sedentarismo pode estar associado a sintomas de depressão. Hora de se mexer.
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8. 7. Falta de sono
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8/11 (Thinkstock)
Privação de sono não é brincadeira. Se você está com o sono atrasado, não só corre risco de sofrer de doenças crônicas, como problemas cardíacos, como também de ter depressão. Pesquisas apontam que a falta de sono pode interferir com o humor. A depressão também pode ter impacto na qualidade do seu sono, criando um ciclo vicioso.
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9. 8. Inflamação cerebral
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9/11 (Thinkstock)
Novas pesquisas indicam que sintomas depressivos podem estar ligados a “neuroinflamação”, ou uma resposta natural de proteção do cérebro. Um estudo publicado na revista JAMA Psychiatry indica que os índices de inflamação cerebral eram 30% mais altos em pacientes deprimidos. Isso pode ser boa notícia no que diz respeito ao estigma, uma vez que muita gente acredita que a depressão é algo que possa ser simplesmente “superado”.
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10. 9. Não priorizar suas necessidades
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10/11 (Thinkstock/Divulgação)
Se você coloca as necessidades dos outros na frente das suas, sua saúde mental pode ser prejudicada. “Muitas vezes as pessoas não deixa espaço nem tempo para cuidar de si mesmas”, diz Znidarsic. Se você acha que está sentindo depressão, há esperança, diz Znidarsic. Há maneiras de administrá-la e voltar a se sentir bem – porque você merece ser saudável.
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11. E por falar em depressão...
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11/11 (Thinkstock)