Tecnologia

Cientistas criam método mais barato para produzir alumínio transparente

Material resistente pode ser usado em telas, sensores e revestimentos de alta durabilidade

Ramana Rech
Ramana Rech

Redatora

Publicado em 18 de fevereiro de 2025 às 13h42.

Apesar do nome futurista, o óxido de alumínio transparente (Transparent Aluminum Oxide, ou TAlOx) é um material real e altamente resistente a arranhões. Ele é usado como camada protetora em eletrônicos, sensores ópticos e painéis solares e tem potencial para aplicações em janelas ultraduráveis e revestimentos de veículos, naves espaciais e edifícios.

Hoje, fabricar o TAlOx é um processo caro e complexo, exigindo lasers de alta potência, câmaras de vácuo ou tanques com ácidos perigosos. Mas pesquisadores filipinos da Universidade de Ataneo de Manila desenvolveram uma técnica mais simples e sustentável, que transforma alumínio comum na substância com apenas dois volts de eletricidade—carga pouco maior que a de uma bateria AA de lanterna doméstica.

Técnica inovadora usa eletricidade e microgotas de ácido

O novo método, chamado de anodização em escala de gotícula, funciona aplicando microgotículas de solução ácida sobre pequenas superfícies de alumínio, seguidas por uma corrente elétrica controlada. Isso substitui o processo tradicional de imersão de grandes placas de metal em banhos químicos agressivos.

A técnica se baseia no fenômeno do eletromolhamento (electrowetting), em que um campo elétrico altera as propriedades de um líquido, permitindo um controle mais preciso da conversão do alumínio em TAlOx. Além de ser mais barata, essa abordagem reduz o impacto ambiental ao diminuir o desperdício químico e o consumo de energia.

Potencial para eletrônicos e revestimentos ultraduráveis

Além de tornar o TAlOx mais acessível, a nova técnica pode viabilizar dispositivos eletrônicos miniaturizados, permitindo que superfícies metálicas sejam convertidas em camadas transparentes e isolantes em nível microscópico. Isso pode trazer avanços para telas sensíveis ao toque, lentes de câmeras e revestimentos ultrarresistentes para diversas aplicações.

Os achados dos cientistas foram publicados na revista científica Langmuir, em janeiro deste ano, contam com a participação de pesquisadores filipinos e japoneses.

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