A crescente participação do Chromebook no mercado é impressionante, dadas as condições desfavoráveis do seu lançamento em 2011 (©afp.com / Glenn Chapman)
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2013 às 14h46.
San Francisco – Na sua estreia, há dois anos, o Chromebook da Google Inc. foi rejeitado por ser um laptop simples demais, sem atrativo. Agora está desafiando os céticos e ganhando participação no mercado ao passo que o restante dos computadores perde território.
Nos últimos oito meses, o modelo já obteve de 20 por cento a 25 por cento do mercado americano de laptops de menos de US$ 300, segundo o NPD Group Inc. Os dispositivos, que contam com um teclado completo e atualizações regulares de software da Google, apresentam o crescimento mais rápido na indústria de PC segundo o preço, disse a NPD.
A onda do Chromebook o mostra como um dos poucos computadores com atrativo para os consumidores enquanto a Dell Inc. e outros fabricantes tradicionais passam por um abalo.
A indústria já sofreu a perda de vendas de PCs causada pela popularidade de smartphones e tablets como o iPad da Apple Inc. Como resultado da mudança, os envios mundiais de PCs caíram 4 por cento em 2012; a projeção para este ano é de uma queda de 7,8 por cento – a maior baixa anual registrada, segundo a empresa de pesquisas IDC.
Básico
A crescente participação do Chromebook no mercado é impressionante, dadas as condições desfavoráveis do seu lançamento em 2011. Naquela época, a falta de software incorporado dos Chromebooks foi considerada incomum em comparação com os laptops com o sistema Windows da Microsoft Corp.
Diferentemente dos laptops com Windows, que possuem software carregado dentro dos dispositivos, o Chromebook está baseado no sistema operativo Chrome da Google.
Os clientes acessam as ferramentas a partir da nuvem – programas online como o processador de texto da Google, e-mail e planilhas – portanto as máquinas são computadores básicos. O serviço de nuvem cria mais dados e basicamente, mais publicidades para a Google.
Preços baixos
“Embora seja uma ideia audaz e precursora do futuro da computação, o Chromebook é limitado e lento demais para ser a escolha da maioria dos usuários hoje”, escreveu Walt Mossberg, da AllThingsD e do The Wall Street Journal, num artigo sobre o Chromebook da Samsung em 2011.
Agora, os usuários pioneiros e os compradores do mercado educacional estão estimulando as vendas do Chromebook, atraídos pelo preço baixo, pela facilidade de uso, pela portabilidade e pelos serviços web. O Chromebook também está aproveitando o crescimento do mercado de laptops de menos de US$ 300, que ultrapassará 10 por cento em 2013, disse o analista da NPD Stephen Baker.
Contudo, os Chromebooks continuam sendo uma parte pequena do mercado americano de laptops e netbooks – de 4 por cento a 5 por cento do total no primeiro trimestre, apesar do aumento de 1 por cento ou 2 por cento em relação a 2012, segundo Mikako Kitagawa, analista da Gartner Inc.
A Google pretende atrair mais clientes com atualizações do sistema operativo das máquinas a cada seis semanas, realizadas pela internet. A companhia também aproximou o Chromebook do PC normal acrescentando ferramentas que permitem que os usuários utilizem os programas mesmo sem estarem conectados à internet.
O próximo passo da Google poderia ser criar modelos mais caros do Chromebook, que atraiam usuários mais sofisticados, disse Baker. Isso poderia incluir telas maiores, teclados melhorados e maior capacidade de armazenamento.
Em fevereiro, a Google começou a vender um Chromebook próprio chamado Pixel, por US$ 1.449 e com uma conexão de dados de celulares incorporada.
Richard Wood, de Sanford, nos EUA, comprou um Chromebook de US$ 199 para uma viagem a Belize. Wood, que planeja utilizá-lo para manter contato com os alunos do seu curso universitário online, afirma que escolheu o Chromebook porque ficou decepcionado com um laptop barato com Windows.