Prédio que supostamente acolhe hackers chineses: o fotógrafo da AFP foi interpelado por seis soldados da polícia chinesa e detido durante meia hora após clicar o prédio (Peter Parks/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de fevereiro de 2013 às 11h34.
Pequim - A China negou novamente as acusações feitas pelo relatório de um órgão de segurança americano. O documento diz que o exército chinês atacou empresas de comunicação, sociedades privadas e agências governamentais dos Estados Unidos.
As afirmações da empresa Mandiant - que presta consultoria ao governo americano na área de computação - são "infundadas", garantiu Geng Yansheng, porta-voz do ministério chinês da Defesa, em comunicado.
"Os ciberataques são obviamente transnacionais, anônimos e enganadores, existem muitas incertezas sobre sua origem", afirmou.
"Fundamentar-se em endereços de IP de computadores para dizer que estes ataques vêm da China denota uma ignorância de regras técnicas básicas", afirmou o ministério chinês.
"Todo mundo sabe bem que todos os dias endereços IP são utilizados por hackers", acrescentou, repetindo assim a clássica linha de defesa das autoridades chinesas sobre a questão.
A empresa Mandiant acusou o exército chinês de controlar milhares dos hackers mais virulentos do mundo, após centenas de investigações sobre o assunto durante os três últimos anos.
O relatório de 74 páginas da Mandiant se concentrou em um grupo chamado "APT1", sigla para "Advanced Persistent Threat", que teria roubado grandes quantidades de informação e atacou sistemas importantes, como as atividades energéticas americanas.
As assinaturas destes ciberataques puderam ser rastreadas até um imóvel de 12 andares, nos arredores de Xangai. Segundo o relatório, a APT1 teria "centenas, até mesmo milhares, de funcionários".
Nesta quarta-feira a segurança ao redor do edifício, situado na cidade de Gaoqiao, perto de uma usina petroquímica ao norte de Xangai, foi reforçada, constatou a AFP.
Um fotógrafo da AFP que esteve nas proximidades do prédio foi interpelado por seis soldados da polícia chinesa e detido durante meia hora, assim como um grupo de jornalistas estrangeiros.
Os soldados confiscaram o cartão de memória de sua câmera, com imagens do prédio, alegando que fotos de instalações militares são proibidas.