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China proíbe buscas por “grande pato amarelo” na web

Uma engenhosa paródia da célebre foto dos tanques na Praça da Paz Celestial é censurada pelo governo chinês

Na montagem fotográfica de um anônimo internauta chinês, patos gigantes tomam o lugar dos tanques na Praça da Paz Celestial (Reprodução / Sina Weibo)

Na montagem fotográfica de um anônimo internauta chinês, patos gigantes tomam o lugar dos tanques na Praça da Paz Celestial (Reprodução / Sina Weibo)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 4 de junho de 2013 às 11h40.

São Paulo — O Massacre da Praça da Paz Celestial completa 24 anos hoje. E os chineses encontraram uma maneira engenhosa de relembrar os manifestantes mortos pelas forças armadas. Uma montagem fotográfica, agora censurada, mostra uma fileira de patos no lugar dos tanques.

Não é novidade que a internet na China funciona sob pesada censura. Temas como o Massacre da Praça da Paz Celestial estão banidos. Quem faz uma pesquisa com termos como “4 de junho” ou mesmo “hoje” e “nesta noite” tem sua busca bloqueada, como relata o New York Times.

Impedidos de falar do assunto diretamente, os internautas chineses acabam encontrando outros caminhos. A montagem com os patos gigantes apareceu no Sina Weibo, uma espécie de Twitter chinês. Depois, propagou-se também em redes sociais que são banidas na China, como o Twitter.

O pato que tomou o lugar dos tanques é obra do artista holandês Florentijin Hofman. É uma versão gigante dos patinhos de borracha com que muitas crianças brincam em banheiras e piscinas. Ficou exposto em Hong Kong no início de maio e fez sucesso entre os habitantes locais. 

É um tanto irônico que o objeto com aparência de brinquedo tenha tomado o lugar de tanques na foto. O governo chinês nunca revelou quantas pessoas foram mortas no Massacre da Praça da Paz Celestial. Estima-se que tenham sido centenas, talvez milhares. É uma triste lembrança para os chineses e para o mundo.

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