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CEO do Telegram se pronuncia após prisão e defende que plataforma não é "anárquica"

Pavel Durov, fundador do Telegram, foi preso em Paris sob acusações de facilitar atividades ilegais na plataforma

Pavel Durov foi preso no último dia 24, assim que seu avião particular pousou na França. (Chris Ratcliffe/Getty Images)

Pavel Durov foi preso no último dia 24, assim que seu avião particular pousou na França. (Chris Ratcliffe/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 6 de setembro de 2024 às 09h38.

Última atualização em 6 de setembro de 2024 às 10h18.

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O CEO do Telegram, Pavel Durov, fez sua primeira declaração pública após ser preso pelas autoridades francesas no mês passado, defendendo a empresa e questionando as acusações levantadas contra ele.

Durov, que obteve cidadania francesa em 2021, foi detido pela polícia francesa em 24 de agosto, logo após chegar a Paris em seu jato particular. Ele foi acusado de cumplicidade na distribuição de material de abuso sexual infantil e tráfico de drogas por meio do Telegram, mas foi liberado sob a condição de não poder deixar o país. As informações são da Business Insider.

Em um post extenso em seu canal no Telegram, Durov expressou surpresa com sua prisão, afirmando que as autoridades poderiam ter contatado a empresa diretamente para lidar com as alegações. Ele destacou que o Telegram tem um representante oficial na União Europeia, responsável por responder a solicitações de autoridades, e que já havia colaborado anteriormente com o governo francês para estabelecer uma linha direta para combater o terrorismo no país.

Segundo Durov, sua detenção é um exemplo de um "erro de abordagem", considerando que as leis usadas para o acusar são anteriores à era dos smartphones e que ele não deveria ser responsabilizado por crimes cometidos por terceiros na plataforma. Ele afirmou que o Telegram reconhece o desafio de equilibrar privacidade e segurança e que está em constante diálogo com reguladores para encontrar essa harmonia.

O presidente francês, Emmanuel Macron, respondeu às críticas, ressaltando que a prisão de Durov foi parte de uma investigação judicial em andamento, e não uma decisão política. As autoridades francesas acusam o Telegram de permitir a proliferação de atividades ilegais, incluindo abuso infantil e tráfico de drogas, mas Durov argumenta que a plataforma tem adotado medidas para enfrentar esses problemas e que continuará a melhorar suas práticas de segurança.

Durov também mencionou que o crescimento rápido da base de usuários do Telegram, que agora atinge cerca de 950 milhões de pessoas, trouxe desafios, tornando a plataforma mais suscetível a abusos. Ele reafirmou seu compromisso pessoal em garantir melhorias significativas na plataforma para combater esses crimes.

Futuro do Telegram na Europa

A prisão de Durov ocorre em um momento crucial para o Telegram, que continua a expandir sua base de usuários globalmente. No entanto, essa expansão também trouxe novos desafios, principalmente relacionados à supervisão de atividades ilegais na plataforma. A pressão por maior controle regulatório e a necessidade de responder rapidamente às autoridades coloca o Telegram em uma encruzilhada em termos de suas operações na Europa.

O resultado dessa investigação na França pode definir o futuro da plataforma em outros países europeus. Se as acusações forem mantidas, é possível que o Telegram enfrente uma série de restrições regulatórias em mercados chave, o que pode comprometer sua posição de destaque como uma das principais plataformas de comunicação do mundo.

Acompanhe tudo sobre:TelegramFrançaEmmanuel Macron

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