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CEO do Telegram, Pavel Durov, é preso na França, diz imprensa local

De acordo com a imprensa francesa, o bilionário Pavel Durov foi preso no aeroporto de Bourget, nos arredores de Paris

Durov é dono de uma fortuna estimada em US$ 15,5 bilhões. (Chris Ratcliffe/Getty Images)

Durov é dono de uma fortuna estimada em US$ 15,5 bilhões. (Chris Ratcliffe/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 24 de agosto de 2024 às 19h51.

Última atualização em 26 de agosto de 2024 às 15h54.

Pavel Durov, bilionário fundador e CEO do aplicativo de mensagens Telegram, foi preso no aeroporto de Bourget, nos arredores de Paris, na noite deste sábado, 24, informaram veículos da imprensa francesa, citando fontes não identificadas. A informação foi divulgada pela agência internacional de notícias Reuters.

Durov estava viajando do Azerbaijão a bordo de seu jato particular, informou o site TF1, quando foi alvo de um mandado de prisão na França como parte de uma investigação policial preliminar.

Os veículos locais afirmam que a investigação se concentrou na falta de moderadores no Telegram e que essa situação permitiu que atividades criminosas continuassem ocorrendo sem que o aplicativo intervisse.

Procurados pela Reuters, o Telegram, o Ministério do Interior da França e a polícia não comentaram o caso.

Quem é Pavel Durov, dono do Telegram?

Pavel Durov é um programador e empreendedor russo de 39 anos, conhecido pela criação da maior rede social da Rússia e o aplicativo de mensagens Telegram. Hoje, ele mora em Dubai, nos Emirados Árabes.

Durov é conhecido como o "Zuckerberg russo". Isso porque o programador é responsável pela VKontakte, maior rede social do país, criada ao lado de seu irmão Nikolai, em 2006.

No entanto, depois que ele se recusou a fornecer dados de usuários ucranianos para a Rússia e se negou a fechar páginas de oposição ao então candidato Vladimir Putin, Durov ficou marcado pelo governo do Kremlin e fugiu do país por contra própria em 2011, mudando de país a cada poucos meses.

Em 2013, 40% da rede foi comprada pelo fundo aliado do governo, United Capital Partners. Após alguns movimentos de Putin, 88% da rede social pertencia a "amigos" do presidente. A rede social valia 2 bilhões de dólares e obteve faturamento de 172 milhões de dólares naquele ano.

Durov deixou a diretoria da VK em abril de 2014 e, auto-exilado, adquiriu a cidadania são-cristovense após investir na economia de São Cristóvão e Nevis.

Logo depois, ainda em 2014, o programador lançou o aplicativo Telegram. A ideia para o serviço de mensagens surgiu em 2011, depois que uma ofensiva da SWAT invadiu sua casa em São Petesburgo, na Rússia. Foi quando ele se deu conta que não possuía nenhuma forma segura de conversar com seu irmão.

Segundo a revista Forbes, Durov é dono de uma fortuna estimada em US$ 15,5 bilhões. Hoje, ele vive em Dubai, onde fica a única sede do Telegram.

Posicionamento do Telegram

Em nota, a empresa por trás do app de mensagens falou sobre o caso do CEO — e utilizou emojis para se posicionar contra a prisão de Durov. Leia na íntegra:

"📱 O Telegram cumpre as leis da UE, incluindo a Lei dos Serviços Digitais — sua moderação está dentro dos padrões da indústria e em constante melhoria.

🛩 O CEO do Telegram, Pavel Durov, não tem nada a esconder e viaja frequentemente pela Europa.

🫤 É absurdo afirmar que uma plataforma ou seu proprietário são responsáveis pelo abuso dessa plataforma.

🌐 Quase um bilhão de usuários em todo o mundo utilizam o Telegram como meio de comunicação e como fonte de informações vitais.

👍 Estamos aguardando uma resolução rápida dessa situação. O Telegram está com todos vocês."

Acompanhe tudo sobre:TelegramPrisões

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