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CEO do Google precisou explicar ao Congresso dos EUA que iPhone é da Apple

Em audiência no Congresso, Sundar Pichai precisou responder perguntas sobre China, privacidade e alguns temas mais inusitados

 (Alex Wong / Equipa/Getty Images)

(Alex Wong / Equipa/Getty Images)

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Gustavo Gusmão

Publicado em 12 de dezembro de 2018 às 16h03.

São Paulo — Terminou na noite desta última terça-feira (11) a audiência de Sundar Pichai, CEO do Google, com o Congresso norte-americano. Chamado para depor ao comitê legislativo dos EUA, o executivo precisou se posicionar sobre alguns temas bastante sensíveis, como a possível entrada da empresa na China e a privacidade de usuários. Mas, assim como aconteceu com Mark Zuckerberg, ele não escapou de questões sobre o suposto enviesamento da plataforma contra conservadores — e teve que explicar a um dos membros do comitê legislativo que os iPhones são feitos pela Apple, e não por sua companhia.

A explicação foi dada ao deputado republicano Steve King. O político relatou a Pichai que uma foto dele, rodeada de comentários negativos, havia aparecido na tela do iPhone de sua neta de sete anos enquanto ela jogava um game infantil. Sem saber como responder, o executivo apenas ressaltou que o smartphone era feito por outra companhia, mas que o problema poderia ser nas configurações de notificações do aplicativo.

Entre outras dúvidas relacionadas ao suposto enviesamento do Google, Pichai também foi questionado sobre as notícias negativas destacadas nas buscas pela reforma no sistema de saúde nos EUA, proposta em 2017. Um dos deputados também pediu esclarecimentos sobre um rumor — já desmentido, como destacou a Wired — de que 96% dos resultados de pesquisa sobre Donald Trump eram de sites liberados. Outro, por fim, perguntou porque fotos do presidente norte-americano apareciam nos resultados de pesquisas pela palavra "idiot".

À esta última questão, o CEO basicamente contou que é assim que o algoritmo do Google funciona: mostrando primeiro os resultados de sites mais populares. "O Google pega a palavra-chave que você digitou e compara com as bilhões de páginas salvas no nosso índice de endereços. Os resultados são ranqueados de acordo com mais de 200 sinais, como relevância, popularidade e como outras pessoas estão usando o site", explicou Pichai, segundo o The Verge. Portanto, se páginas populares escreverem "idiot" no título de um artigo e usarem fotos de Trump para ilustrar, o algoritmo de busca apenas fará o trabalho dele — automatizado — e exibirá as imagens nos resultados de pesquisa por foto.

Oportunidade perdida

Uma explicação similar fora dada pela própria empresa alguns meses atrás, quando o caso veio à tona. A companhia, inclusive, também já havia negado o suposto enviesamento dos resultados de busca diversas vezes. Essa repetição de perguntas já respondidas foi um dos pontos negativos da audiência do executivo, na visão da Wired. Segundo uma análise da publicação, os congressistas "perderam a chance" de jogar uma luz sobre o funcionamento da plataforma e também de questionar o Google sobre outros temas também importantes.

A entrada da empresa na China, por exemplo, teve pouco destaque, apesar de envolver toda uma discussão sobre ética, censura e regimes autoritários. O executivo respondeu apenas que não tem planos de lançar um buscador no país, mas destacou que a empresa de fato estava trabalhando em um sistema para o mercado chinês recentemente, como relatado em reportagem da Folha de São Paulo. Pichai, por fim, não descartou a possibilidade de fazê-lo no futuro.

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