Redatora na Exame
Publicado em 10 de fevereiro de 2025 às 06h29.
O executivo Demis Hassabis, CEO da empresa de inteligência artificial Google DeepMind, elogiou o modelo de IA da chinesa DeepSeek, mas disse que o entusiasmo em torno da ferramenta foi “um pouco exagerado”.
Em um evento organizado pelo Google em Paris, no último domingo, 9, Hassabis afirmou que o novo modelo mostra a grande competência da DeepSeek em engenharia. “Acho que é provavelmente o melhor trabalho que já vi sair da China”, disse o CEO.
No entanto, ele acredita que do ponto de vista de inovação, não houve grande mudança. “Não há nenhum avanço científico real… [a DeepSeek] está usando técnicas já conhecidas [em IA]”, afirmou Hassabis.
O executivo defendeu ainda que os modelos Gemini 2.0 Flash, da DeepMind, são mais eficientes que o da concorrente chinesa.
Em janeiro, a DeepSeek abalou os mercados internacionais ao anunciar que seu novo modelo de IA conseguiu bons resultados com chips da Nvidia menos avançados, o que torna seus custos bem mais competitivos.
A novidade provocou um intenso debate entre analistas e investidores sobre os gastos das empresas de tecnologia em infraestrutura de IA.
Alguns especialistas, contudo, questionam as alegações da Deepseek sobre os chips utilizados e seus baixos custos. Eles acreditam que os custos de desenvolvimento dos modelos da startup chinesa podem ser maiores do que o divulgado.
No evento, Hassabis falou sobre suas expectativas para a criação de uma inteligência artificial geral (AGI). Em linhas gerais, a AGI seria um tipo de inteligência artificial avançada que consegue realizar tarefas para as quais não foi treinada.
Hassabis descreve a AGI como “um sistema que apresenta todas as capacidades cognitivas que os humanos têm”. Para ele, a indústria de IA está “no caminho para a AGI” e deve conseguir criar um sistema assim nos próximos cinco anos.
“A sociedade precisa se preparar para a AGI e para as implicações que ela trará. Precisamos garantir que seus benefícios sejam aproveitados por toda a sociedade, mas também mitigar alguns de seus riscos”, disse o CEO da DeepMind.