“O mundo está copiando a China”, disse Li, argumentando que o mercado chinês passou por “enormes mudanças” (Getty Images/Getty Images)
Ligia Tuon
Publicado em 7 de agosto de 2018 às 16h41.
O bilionário fundador do maior mecanismo de busca on-line da China declarou que lutará ferozmente e “vencerá de novo” se o Google, da Alphabet, decidir retornar à maior arena da internet do mundo.
O CEO da Baidu, Robin Li, disse na rede social que está confiante para combater o Google se necessário, sua primeira resposta pública às notícias de que o titã americano das buscas on-line planeja retornar a um mercado do qual se retirou quase totalmente em 2010. A postagem de Li, feita a amigos por meio de conta pessoal no WeChat, ocorre após a queda de 6% das ações da Baidu desde que o Intercept noticiou que o Google projetava um mecanismo de busca censurado para implantação na China dentro de um ano.
“Agora podemos, com facas reais e armas reais, competir com eles novamente, vencê-los novamente”, escreveu Li. “Em 2010, quando o Google se retirou da China, sua participação de mercado estava em queda e a participação do Baidu havia ultrapassado os 70%.”
O Google busca formas de entrar novamente na China, que tem o maior grupo de usuários de internet, por meio de um aplicativo de busca em conformidade com a censura chinesa, além de parcerias com empresas locais, disseram pessoas informadas sobre o assunto. Após a retirada, a maioria dos serviços da empresa no país foram bloqueados. A notícia do possível retorno foi recebida com resistência por parte dos funcionários e com críticas de defensores dos direitos humanos e de parlamentares.
Li também fez referência a um comentário do jornal People’s Daily, porta-voz do Partido Comunista, que deu as boas-vindas ao retorno do Google desde que respeite as regras e regulações locais para a censura. As gigantes da tecnologia chinesa são censuradas constantemente quando emitem postagens consideradas prejudiciais à ordem social, que desaparecem rapidamente dos olhos do público.
Posteriormente, a matéria do People’s Daily foi removida de seu website, do feed do jornal estatal no Twitter e da página no Facebook.
Li argumentou que o mercado chinês passou por “enormes mudanças” desde a saída do Google, acrescentando que as empresas chinesas de tecnologia agora são líderes na solução de novos problemas. “O mundo está copiando a China”, postou. “Isso é algo que toda empresa que deseja entrar no mercado chinês deve analisar cuidadosamente e enfrentar.”