Nokia Morph: nanotecnologia e materiais flexíveis vão permitir que o celular seja usado como peça de vestuário (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 16 de fevereiro de 2011 às 17h43.
Barcelona — Um dos seminários mais disputados desta edição do Mobile World Congess, em Barcelona, aconteceu nesta quarta-feira, 16, e tinha como título "Inovação móvel: uma visão de 2020". Nele, empresas como Nokia, AT&T e TAT, que criou a interface de usuário do Android e foi recentemente adquirida pela RIM, apresentaram o que esperam para o futuro da tecnologia móvel.
O CTO da Nokia, Rich Green, revelou que a fabricante pesquisa como integrar nanotecnologia aos seus celulares. Isso irá permitir a criação de telefones flexíveis, capazes de mudar de forma e virar, por exemplo, um acessório de moda, como uma pulseira. Em vez das pesadas baterias, microcélulas para captação de energia solar.
Para o CTO da AT&T, John Donovan, os terminais perderão importância no futuro, com a transferência de boa parte da inteligência e do processamento dos aplicativos para dentro da nuvem da Internet. Em vez de serviços orientados para o tipo de terminal, eles serão centralizados no usuário. Se o consumidor pegar emprestado o telefone de um amigo, por exemplo, este saberá exatamente quais são as suas preferências, sua agenda de contatos etc, porque essas informações estarão todas nos servidores das operadoras.
Embora John Donovan não tenha dito isso diretamente, na prática, no futuro imaginado pela AT&T, as operadoras poderão retomar o controle sobre a experiência do usuário, se forem elas a armazenar e oferecer tais serviços na nuvem. Um desses serviços já está em testes no laboratório da AT&T. Batizado de SmartCell, ele aprende as preferências do usuário ao longo do tempo e permite um melhor gerenciamento de chamadas e de consumo de conteúdo pelo celular.
O executivo da AT&T entende que, em 2020, sistemas de inteligência artificial permitirão uma ultra-personalização da experiência dos usuários em mobilidade porque cruzarão dados como localização, proximidade de outras pessoas e eventos, histórico de uso, dia da semana, horário etc. Green, da Nokia, concorda: "O aparelho vai saber o que você quer antes mesmo de você pensar. Vai parecer mágica. Será busca por antecipação".
Cobertura
Em 2020, problemas de cobertura serão coisa do passado. "Conectividade será como oxigênio. Será doloroso não tê-la. Daqui a dez anos, será uma surpresa quando estivermos num local onde não há cobertura", disse Donovan.
O co-fundador da TAT, Hampus Jakobson, prevê que, já em 2014, teremos telas flexíveis disponíveis comercialmente e serviços de compartilhamento de telas entre dispositivos por simples aproximação entre eles. O executivo, entretanto, fez o papel de contraponto crítico no seminário. Ele reclamou do fato de todos os smartphones atuais terem design parecido e as telas serem cada vez maiores, agora com 4 polegadas. "Por que todos fazem telas com 4 polegadas? Isso só serve para vídeo e navegação na internet. Mal consigo segurar com apenas uma mão. Os seres humanos não ficaram mais altos, nem os bolsos mais largos", brincou.