malásia (afp.com)
Da Redação
Publicado em 27 de março de 2014 às 13h51.
Os proprietários das principais companhias aéreas da América Latina afirmaram nesta quinta-feira em Santiago do Chile que o desaparecimento do voo da Malaysia Airlines obrigará a fazer mudanças na indústria aeronáutica e a incorporar novos avanços tecnológicos.
"Os grandes eventos trazem grandes mudanças", disse o vice-presidente executivo da companhia aérea Latam, Enrique Cueto, em uma mesa-redonda com outros executivos realizada na Cúpula de Aviação Latino-Americana, realizado em Santiago paralelamente à Feira Internacional do Ar e do Espaço (Fidae).
Também participaram do colóquio Germán Efromovich, presidente do grupo Synergy, controlador da companhia aérea colombiana Avianca; o presidente da Aerolíneas Argentinas, Mariano Recalde, e o presidente do grupo uruguaio Buquebus, Juan Carlos López "Mena".
Os executivos consideraram que a magnitude das mudanças na indústria variará em função das causas do confuso incidente com o avião malaio, que ainda estão sendo investigadas.
A aeronave desapareceu em 8 de março no oceano Índico após se desviar de sua rota Kuala Lumpur-Pequim com 239 pessoas a bordo.
Enrique Cueto se mostrou surpreso com o fato de que algumas tecnologias muito estendidas, como o armazenamento nas nuvens, ainda não sejam aplicadas à aviação civil.
"É incrível que a indústria aérea (fique) sempre para trás, porque essas mudanças são caras, e que um avião desapareça 15 dias e não saibamos onde ele está", disse o representante da Latam, produto da fusão da chilena Lan com a Tam.
Cueto contou que milhões de dólares são destinados à busca das caixas-pretas dos aviões acidentados, uma despesa que poderia ser evitada em grande medida se a informação estivesse disponível de maneira "virtual".
O dono da Avianca comentou que hoje a tecnologia permite "sofisticar os métodos de controle" para evitar que um avião desapareça e se perca o momento e o lugar em que isso acontece, como no caso do MH370 de Malaysia Airlines.
"Ninguém imaginou uma situação como essa, é muito rara, ninguém pode explicar", disse Efromovich, que acrescentou que, com os próximos avanços tecnológicos, será "praticamente impossível" que um acidente aéreo passe despercebido.
O argentino Juan Carlos López "Mena", do grupo Buquebus, opinou que talvez no futuro os pilotos de um avião não poderão mudar o rumo da aeronave, que será controlado por uma "central de segurança mundial", algo parecido com o que ocorre com as naves espaciais.