Tecnologia

Carros-robô ganham cidade para aprender a dirigir melhor

Cidade simulada foi inaugurada em campus de universidade americana para testar como os carros autônomos vão funcionar no futuro sem massacrar os pedestres

Carro autônomo para em faixa de pedestre durante teste na M City, cidade criada pela Universidade de Michigan (Jeff Kowalsky/Bloomberg)

Carro autônomo para em faixa de pedestre durante teste na M City, cidade criada pela Universidade de Michigan (Jeff Kowalsky/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2015 às 21h17.

Uma cidade simulada foi inaugurada nesta segunda-feira no campus norte da Universidade de Michigan para testar como os carros autônomos vão funcionar no futuro sem massacrar os pedestres nem provocar enormes batidas.

“O corpo docente daqui da universidade projetou esse futuro completamente evoluído”, disse Peter Sweatman, diretor do Instituto de Pesquisa sobre Transporte, que supervisionou a criação da instalação de teste M City, em uma entrevista.

“Afinal, estamos substituindo seres humanos por máquinas, e essas máquinas precisam ser capazes de funcionar em ambientes completos e variados”.

As fabricantes de veículos estão na corrida para desenvolver carros autônomos e renovar seus modelos de negócios para um mundo onde a mobilidade está sendo redefinida, pois a maioria da população mundial vai convergir para grandes megacidades durante as próximas duas décadas.

Talvez carros autônomos que se movimentam em harmonia sejam essenciais para que pessoas e bens fluam com segurança e eficiência.

A M City, uma mini-metrópole de 13 hectares, visa reproduzir o caos urbano moderno, com engarrafamentos e pedestres imprevisíveis, junto com paisagens suburbanas, grandes autoestradas e rodovias rurais.

A instalação de US$ 10 milhões em Ann Arbor, Michigan, tem 40 fachadas de edifícios, cruzamentos angulosos, uma rotunda, uma ponte, um túnel, caminhos de cascalho e muitas perspectivas obstruídas. Tem até uma autoestrada de quatro faixas com rampas de entrada e saída.

Sebastian, um pedestre mecatrônico, vai interferir no trânsito para testar se os carros robóticos conseguirão detectar a presença dele e pisar no freio a fim de evitar um atropelamento, disse Sweatman.

‘Acelerar’

“Acreditamos que a tecnologia autônoma será extremamente atraente para os consumidores”, disse Sweatman. “Por isso, ela terá que ser implementada o mais rápido que conseguirmos dentro dos limites da razoabilidade e responsabilidade. Projetamos a M City para acelerar esse processo”.

As fabricantes de veículos disseram que os carros sem motorista poderiam chegar às ruas dentro de cinco anos.

O mercado para a tecnologia autônoma crescerá para US$ 42 bilhões por volta de 2025, e os carros que funcionam sozinhos poderiam equivaler a um quarto das vendas de automóveis no mundo em 2035, de acordo com a Boston Consulting Group.

Por volta de 2017, carros semi-autônomos que são capazes de funcionar em piloto automático, estacionar sozinhos e trocar de faixa automaticamente estarão disponíveis em “grandes quantidades”, disse a firma.

Até agora, os testes de carros autônomos foram realizados em vias públicas ou áreas particulares destinadas a esse fim. As fabricantes de veículos estudam os carros-robô em pistas antigas de teste projetadas para avaliar com que velocidade os carros tradicionais podem dar voltas ou quão bem eles funcionam com humanos ao volante.

A Google Inc. registrou mais de 1,6 milhão de quilômetros em testes de seu veículo autônomo nas ruas do Vale do Silício e, a partir do mês passado, nas autoestradas de Austin, Texas.

A M City representa uma alternativa a isso.

“Se você está nas estradas públicas, com certeza surgirão toda sorte de situações incomuns, mas elas só acontecerão uma vez”, disse Sweatman. “Gostamos da noção de criar situações desafiadoras que podemos repetir quantas vezes quisermos”.

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