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Carros movidos por gasolina podem ser proibidos no Brasil em 2060

Proposta discutida no Senado quer reduzir os efeitos gerados pelo consumo dos combustíveis fósseis

Abastecimento: proposta do Senado pode substituir as bombas de postos de combustível por tomadas elétricas (Paulo Whitaker/Reuters)

Abastecimento: proposta do Senado pode substituir as bombas de postos de combustível por tomadas elétricas (Paulo Whitaker/Reuters)

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Rodrigo Loureiro

Publicado em 8 de outubro de 2019 às 17h07.

Última atualização em 8 de outubro de 2019 às 17h24.

São Paulo – Senadores brasileiros estão discutindo proibir, a partir de 2060, a comercialização e a circulação de veículos movidos por combustão – ou seja, que utilizam combustíveis fósseis como gasolina e diesel. Carros abastecidos exclusivamente com biocombustíveis, como o etanol, não serão afetados.

De autoria do senador Telmário Mota (Pros/RR), a PLS 454/2017 já teve parecer favorável da Comissão de Assuntos Econômicos e começou a ser debatida na Comissão do Meio Ambiente (CMA) na segunda-feira (7). Mesmo que a proibição só entre em vigor daqui quatro décadas, a medida visa reduzir de forma gradual os efeitos gerados pelo consumo dos combustíveis fósseis.

A previsão é de que, a partir e 2030, 90% dos carros vendidos no Brasil utilizem motor à combustão. O percentual deve diminuir para 70% e 10% em 2040 e 2050, respectivamente. É um plano semelhante ao adotado por outros países. A Alemanha, por exemplo, quer proibir os veículos por combustão até 2030.

Vale destacar que um estudo do banco JP Morgan aponta uma queda drástica no número de veículos a combustão no mercado. O percentual de 98% de participação destes automóveis, registrado em 2015, deve cair para 41% já em 2030. Na contramão, a parcela de veículos híbridos deverá aumentar de 1% para 39% no mesmo período.

Na audiência pública de ontem, o setor defendeu a criação de um marco legal da eletromobilidade no País, o que facilitaria a transição gradual dos carros tradicionais para automóveis elétricos ou híbridos.

O encontrou contou com a participação de representantes da indústria automobilística e de organizações como a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) e a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), além de membros do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

Preço atrapalha

Abandonar combustíveis como gasolina, diesel e até mesmo o álcool e apostar em carros elétricos, por exemplo, não é algo simples de ser feito no Brasil. E nem barato.

Modelo mais em conta ofertado no mercado brasileiro, o chinês JAC iEV20, sai a partir de quase 120 mil reais. É somente um pouco menos do que os 128 mil reais cobrados pela Toyota no popular Prius. O Zoe, da Renault, custa 150 mil reais, enquanto o Bolt, da Chevrolet, não sai por menos de 175 mil reais.

Líder no mercado americano, a Tesla, de Elon Musk, comercializa o Model 3 por 35 mil dólares. O mesmo veículo, importado para o Brasil, ultrapassa os 200 mil reais. Vale lembrar que modelos mais parrudos e fabricados por empresas como BMW e Porsche podem custar mais de meio milhão de reais por aqui.

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