Tecnologia

Carregador solar da Adobe provoca inquérito no Pentágono

Serviço de Investigação Criminal Naval está investigando a encomenda não solicitada dos dispositivos enviados pela Adobe


	Sede da Adobe Systems, em San Francisco: inquérito reflete a maior sensibilidade entre os militares em relação à ameaça de malware
 (David Paul Morris/Bloomberg)

Sede da Adobe Systems, em San Francisco: inquérito reflete a maior sensibilidade entre os militares em relação à ameaça de malware (David Paul Morris/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 11 de março de 2014 às 18h03.

Washington - Alguém do departamento de marketing da Adobe Systems achou que seria uma boa ideia enviar carregadores solares para telefones celulares aos funcionários do Pentágono. O resultado foi uma investigação criminal realizada pela Marinha dos EUA.

O Serviço de Investigação Criminal Naval está investigando a encomenda não solicitada que foi recebida no mês passado dos dispositivos enviados pela Adobe, a maior fabricante de programas de design gráfico, como presente para cerca de 100 funcionários de defesa, de acordo com um memorando do Exército classificado como “Exclusivo para uso oficial”.

“O contato inicial com a Adobe não conseguiu identificar uma associação com as encomendas; no entanto, o contato posterior revelou que esses pacotes foram enviados por funcionários do setor de marketing da Adobe”, disse Joe Ethridge, chefe da Divisão de Inteligência Criminal do exército no memorando do dia 4 de fevereiro em que informava o incidente a seus funcionários.

O inquérito reflete a maior sensibilidade entre os militares em relação à ameaça de malware que pode estar escondida nos aparelhos, enquanto o governo tenta aprimorar suas defesas contra ciberataques e intrusos. O diretor nacional de inteligência James Clapper disse que os potenciais ciberataques são sua principal preocupação em janeiro ao avaliar as ameaças globais que os EUA enfrentam.

“Neste momento não há indícios observados de que os aparelhos contenham qualquer malware ou outra característica maliciosa”, de acordo com o memorando do Exército. Mesmo assim, os funcionários foram aconselhados: “Não utilize o conteúdo do pacote da Adobe ou conecte-o a seu BlackBerry; não conecte-o a qualquer equipamento de TI que seja propriedade do governo; e não utilize-o em nenhum equipamento de TI pessoal”.


O memorando também diz para não “aceitar presentes de fontes não autorizadas, para incluir fornecedores que buscam fazer negócios com o governo dos EUA”.

Conferência da Adobe

Colleen Rodriguez, porta-voz da empresa com sede em San Jose, Califórnia, disse em declaração por e-mail que os aparelhos foram distribuídos como parte de uma iniciativa de marketing antes da 5ª Annual Adobe Digital Government Assembly que aconteceu em um hotel perto do Pentágono no mês passado.

A conferência de tecnologia foi anunciada em seu site como uma oportunidade para que mais de 500 “funcionários seniores do governo e líderes do setor de TI” façam contato com “líderes de tecnologia, altos funcionários da agência e pioneiros do setor”. A participação era gratuita para os funcionários do governo.

“A Adobe confirmou a autenticidade das encomendas”, disse Rodriguez. “Temos a informação de que a investigação do SICN determinou que os pacotes eram legítimos e que não continham ameaças à segurança de TI”.

A investigação da Marinha continua aberta, disse Ed Buice, porta-voz da agência, ontem em declaração por e-mail.

Embora a Adobe tenha recebido cerca de US$ 6,3 milhões, em contratos primários ou diretos, das agências dos EUA desde o ano fiscal que começou no dia 1º de outubro de 2000, de acordo com os dados federais compilados pela Bloomberg, os produtos de software geralmente são vendidos aos escritórios do governo através de revendedores terceirizados.

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