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Da Redação
Publicado em 13 de agosto de 2014 às 17h15.
O candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, morreu em um acidente de avião na manhã desta quarta-feira em Santos, no litoral de São Paulo.
Campos, 49 anos, foi governador de Pernambuco e tinha cerca de 10 por cento das intenções de voto nas últimas pesquisas para a corrida presidencial. Ele se posicionava como um socialista pró-empresários e foi aliado até o ano passado da presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição.
O avião com Campos, que cumpriria agenda de campanha em Santos, saiu do aeroporto Santos Dumont, no Rio de janeiro, em direção ao Guarujá.
De acordo com a Aeronáutica, a aeronave arremeteu quando se preparava para o pouso devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com o jato Cessna 560XL.
A candidata à vice na chapa do PSB à Presidência, a ex-senadora Marina Silva, não estava no avião. De acordo com a agenda de Campos, divulgada pela assessoria de imprensa, Marina passaria o "dia gravando em São Paulo".
Campos estava atrás de Dilma e Aécio na corrida presidencial e ainda não tinha conseguido capitalizar a presença ao seu lado de Marina, que na eleição de 2010 teve quase 20 milhões de votos.
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A equipe do socialista acreditava que as intenções de voto de Campos subiriam com o início da propaganda gratuita eleitoral, a partir de 19 de agosto, e com maior exposição do candidato na mídia e presença em eventos de campanha.
"É uma tragédia, uma infelicidade. Não só para os amigos e para os correligionários, mas principalmente para o Brasil perder um homem como Eduardo Campos", disse o presidente do PPS e deputado federal, Roberto Freire (PE).
O comitê de campanha de Dilma informou que por determinação da presidente "todas as atividades da campanha em Brasília e nos Estados foram suspensas em respeito à morte do candidato do PSB à Presidência Eduardo Campos". O candidato Aécio Neves (PSDB) também cancelou sua agenda de campanha.
ESTRATEGISTA
Campos começou cedo na política, aos 21 anos, quando participou ativamente da eleição de seu avô, Miguel Arraes, um dos ícones da esquerda na resistência à ditadura militar, para o governo de Pernambuco em 1986.
Após ocupar cargos na administração do avô, de ser eleito deputado estadual e federal, ser o ministro mais jovem do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e se eleger governador duas vezes, Campos iniciou 2013 embalado pelo desempenho notável do PSB nas eleições municipais do ano anterior, dizendo a Dilma que não negociaria o apoio do partido à sua reeleição antes de 2014.
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Campos convenceu seu partido a abandonar o governo Dilma no ano passado e em outubro, num movimento surpreendente, atraiu Marina para o PSB, colocando juntos dois ex-aliados do PT na disputa contra Dilma nas eleições deste ano.
O posicionamento de Marina no tabuleiro eleitoral era amplamente esperado, depois que o partido que ela buscava criar com vistas às eleições, a Rede Sustentabilidade, teve o pedido de registro negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
MARINA CANDIDATA?
Marina é agora o nome natural para substituir Campos como candidata à Presidência pelo PSB. Segundo assessoria do TSE, em caso de falecimento do candidato, a substituição pode ser requerida à Justiça Eleitoral a qualquer momento.
Para o diretor da consultoria Eurasia para América Latina, João Augusto de Castro Neves, a visão preliminar é que a potencial ascensão de Marina a candidata pelo PSB tornaria a eleição "muito mais competitiva".
"Isso torna a eleição mais preocupante para Aécio, já que ambos Marina e Aécio têm chances de ir ao segundo turno. Isso torna mais difícil para Dilma, já que ela preferiria ir para um segundo turno com o Aécio, e não com Marina", afirmou Castro Neves à Reuters.
Para o senador petista Eduardo Suplicy (SP), é de se esperar que PSB e Marina "considerem que ela será a candidata a presidente". "Ela constitui uma força política extraordinária e acredito que possa vir a acontecer de ela vir a substituir o Eduardo Campos como candidata. Certamente ela será um valor importante na disputa presidencial", afirmou Suplicy.
No mercado financeiro, os principais ativos brasileiros inverteram o rumo imediatamente após a notícia do acidente do avião de Campos. A Bovespa chegou a cair mais de 2%,, o dólar anulou a queda ante o real e os contratos de juros futuros mais longos passaram a subir.
(Por Gustavo Bonato com reportagem de Jeferson Ribeiro e Maria Carolina Marcello, em Brasília, e Redação Reuters São Paulo)