Tecnologia

Canadá sofre ataque cibernético em grande escala

Hackers chineses enviaram e-mails a funcionários das instituições afetadas fingindo serem altos funcionários do Governo do Canadá.

Ataques ao Canadá começaram a ser detectados no início de janeiro (Gustavo Molina/SXC.hu)

Ataques ao Canadá começaram a ser detectados no início de janeiro (Gustavo Molina/SXC.hu)

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Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2011 às 18h27.

Ontario - O primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, confirmou nesta quinta-feira que o Canadá está sofrendo um ataque cibernético em grande escala, mas se negou a dar mais informações sobre quem estaria por trás da invasão aos sistemas do governo.

Harper também reconheceu, durante uma entrevista coletiva, que os especialistas em segurança do governo canadense estão tentando deter o ataque, revelado nas últimas horas pela rede de televisão estatal "CBC". "Este é um assunto do qual estamos cientes e nossa equipe de segurança está trabalhando para resolvê-lo", afirmou o premiê.

"Só posso dizer que a segurança cibernética é um problema crescente, importante não só para este país mas no mundo todo. Trabalhamos de forma muito próxima com nossos aliados para que possamos nos antecipar aos ataques cibernéticos ou combatê-los, e temos uma estratégia para que nossos sistemas evoluam à medida em que esses ataques se tornem mais sofisticados", explicou.

A "CBC" revelou que os ataques tiveram como alvos três departamentos: o Ministério das Finanças, a Secretária do Tesouro e Pesquisa e o Desenvolvimento de Defesa do Canadá, uma instituição civil dependente do Ministério da Defesa e encarregada de auxiliar nas necessidades tecnológicas e científicas do exército canadense.

Os ataques começaram a ser detectados no início de janeiro e, segundo fontes governamentais consultadas pela "CBC", procedem de computadores situados na China, embora as mesmas fontes tenham indicado que a localização não significa que as autoridades chinesas estejam envolvidas.

Os hackers enviaram e-mails a funcionários das instituições afetadas fingindo serem altos funcionários do Governo do Canadá. As mensagens continham arquivos infectados com um sofisticado "malware" (software malicioso cujo objetivo é obter informação confidencial) que, ao ser ativado, roubou as senhas dos sistemase as transmitiu a computadores na China.

"Todas as indicações que possuímos são de que nossos sensores e sistemas de proteção cibernética nos alertaram a tempo, e as portas foram fechadas", disse o secretário canadense do Tesouro, Stockwell Day.

Christopher McCluskey, porta-voz do Ministério da Segurança Pública, que é o responsável pela investigação sobre o ataque, afirmou à Agência Efe que as autoridades canadenses não acreditam que importantes detalhes da política econômica do país continuem sendo segredos.

"A próxima fase de nosso plano econômico segue em desenvolvimento e não temos nenhuma indicação de que a segurança do Orçamento Geral do Estado foi posta em perigo", disse.

Os investigadores revelaram que os "hackers" conseguiram entrar nos sistemas de dezenas de países e organizações para roubar desde informações secretas sobre mísseis indianos até pedidos de vistos de entrada ao Canadá.

No ano passado, os serviços secretos canadenses, conhecidos pela sigla CSIS, alertaram para o crescente perigo que representam os ataques cibernéticos à segurança do país, e o Laboratório Cidadão da Universidade de Toronto revelou que o Canadá é especialmente vulnerável devido à grande extensão de seu território e à distribuição da população, o que provoca uma maior dependência nas telecomunicações.

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