Cameron: medida permitirá saber "quem fez cada chamada, para qual pessoa e quando" (Dylan Martinez/Reuters)
Da Redação
Publicado em 13 de janeiro de 2015 às 16h54.
São Paulo - O governo do Reino Unido quer ouvir todas as chamadas telefônicas e ler todas as mensagens trocadas pela internet dentro do território britânico.
Essa foi uma das promessas de campanha do atual primeiro-ministro David Cameron, em um comício no norte da Inglaterra nesta segunda-feira (12).
O primeiro-ministro britânico afirmou que seu próximo governo irá enviar um projeto de lei ao parlamento, garantindo que a policia e os serviços de segurança nacionais possam ler mensagens trocadas pela internet.
A declaração aconteceu horas depois de Cameron participar de uma reunião com as autoridades de segurança do país, a respeito dos ataques terroristas em Paris e as medidas que serão tomadas pelo Reino Unido.
A polícia e as agências de inteligência do país expressaram preocupação por não serem capazes de acessar conteúdos de novos sistemas operacionais, equipados com criptografia avançada.
Segundo o primeiro-ministro inglês, o problema atual é que as novas formas de se comunicar pela internet tornaram impossível que agências de segurança acompanhem as conversas, possibilitando que criminosos consigam se comunicar pela rede.
Na semana passada, um promotor americano criticou a Apple e o Google por desenvolverem sistemas operacionais criptografados e inacessíveis para as autoridades.
Planos para uma nova lei de comunicações na Inglaterra foram barrados pelo partido de oposição a Cameron, que planeja propor a norma mais uma vez caso seu partido consiga maioria legislativa nas eleições, que acontecem em maio.
O atual primeiro-ministro afirmou que a nova lei irá permitir que serviços de inteligência sejam capazes de rastrear chamadas telefônicas e mensagens trocadas pela internet.
"Se for primeiro-ministro, irei assegurar que [exista uma lei] que não garanta a terroristas um espaço seguro para se comunicar entre si", afirmou Cameron.
Ele afirmou que isso permitirá saber "quem fez cada chamada, para qual pessoa e quando", algo que é "absolutamente crucial não apenas para combater terroristas, mas para encontrar pessoas desaparecidas, para investigações de assassinatos e para quase todos os crimes graves."