'A preferência pelo álcool foi notavelmente menor no subgrupo de machos primeiro rechaçados e depois colocados na companhia das fêmeas', destacou o artigo (Umberto Salvagnin/ Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 1 de maio de 2013 às 17h24.
Illinois - Inspirados na natureza, engenheiros montaram uma câmera que usa equipamentos eletrônicos expansíveis capazes de captar as imagens do mundo com um amplo campo de visão sem distorções, como os olhos das moscas, afirmaram nesta quarta-feira.
O dispositivo digital, que tem uma série de lentes minúsculas e maleáveis, semelhantes aos olhos de formigas, besouros e lagostas, também permite uma quase infinita profundidade de campo e alta sensibilidade a movimentos, escreveu a equipe em artigo na revista Nature.
"Nós descobrimos formas de fazer câmeras que incorporam todas as características essenciais de desenho dos olhos encontrados no mundo dos insetos", afirmou à AFP o co-autor do estudo, John Rogers, do departamento de engenharia da Universidade de Illinois.
"O resultado é um novo tipo de câmera que oferece um campo de visão excepcional (de quase 180 graus), sem aberrações e intensidade de iluminação uniforme", acrescentou.
A maior parte das câmeras clássicas imita o funcionamento do olho animal: a luz refletida sobre um objeto passa pelas lentes que se inclinam e focam a luz na retina, na parte traseira do órgão, onde células nervosas a convertem em impulsos elétricos enviados ao cérebro, que produz a imagem.
Estes sistemas de lentes simples têm um campo de visão limitado, mas os insetos e outras espécies com olhos compostos de unidades múltiplas denominadas omatídia desfrutam de visão panorâmica. "A natureza desenvolveu e refinou estes conceitos ao curso de bilhões de anos de evolução", disse Rogers.
Lentes de câmeras convencionais simples e de amplo ângulo, como lentes olho de peixe, distorcem a imagem periférica por causa de uma divergência entre a luz que entra pela superfície curva de uma lente apenas para ser capturada por um detector plano.
A maior parte dos eletrônicos utilizada em detectores é feita de um silicone frágil que não pode ser dobrado.
Para desenvolver a câmera, a equipe criou dispositivos eletrônicos elásticos para produzir um detector que possa se curvar na mesma forma hemisférica das lentes, eliminando assim a distorção.
A câmera, de cerca de 1,5 centímetro de diâmetro, tem 180 lentes em miniatura, cada uma com seu próprio detector, similar ao número encontrado nos olhos das formigas de fogo e dos besouros-bicudos. As libélulas têm cerca de 28 mil lentes e as formigas operárias, cerca de 100.
Os dispositivos eletrônicos e as lentes são ambos planos quando produzidos, o que permite que sejam fabricados com os métodos existentes. "Esta é a chave da nossa tecnologia", afirmou em um comunicado o co-autor da pesquisa, Jianliang Xiao, professor assistente de engenharia elétrica da Universidade do Colorado, em Bouldert.
"Podemos fabricar um sistema eletrônico que seja compatível com a tecnologia atual. Em seguida, podemos aumentar sua escala", acrescentou.
A tecnologia poderá ser útil em câmeras de vigilância e geração de imagens em endoscopias, afirmou Rogers. Mas a comercialização ainda está distante, já que uma câmera útil provavelmente precisaria de milhões de combinações, o que necessita de muitos investimentos na capacidade de manufatura.