CH4: o dispositivo precisa estar encaixado no bolso ou no cinto da parte de trás da calça para rastrear os gases (Divulgação/CH4)
Da Redação
Publicado em 13 de maio de 2015 às 14h58.
São Paulo – O brasileiro Rodrigo Narciso teve a ideia inusitada de criar um dispositivo que rastreia emissões de gases intestinais. Pode parecer brincadeira, mas esse sensor de "pum" possui o propósito de melhorar a saúde dos seres humanos.
O aparelho foi chamado de CH4, fórmula química do metano, hidrocarboneto gasoso encontrado tanto no gás natural como nos gases expelidos pelas pessoas.
Narciso é mestre em Telecomunicações Interativas (ITP) pela Universidade de Nova York. Em entrevista a EXAME.com, ele contou que a ideia de fazer o CH4 surgiu quando estava escrevendo sua tese do mestrado.
“A ideia faz parte de um grupo de cinco protótipos experimentais que mensuram coisas estranhas e desconfortáveis para algumas pessoas”, disse Narciso.
Ele considerou que existem poucas coisas mais desagradáveis que a flatulência, especialmente em locais públicos, e que todo mundo as produz entre 13 e 21 vezes por dia. Por isso, o CH4 foi o único dos cinco protótipos levados adiante pelo brasileiro.
Para usar o aparelho, o usuário deve colocá-lo no bolso de trás da calça. Quando a pessoa emite gases, o gadget os detecta com um sensor de biogás e envia o sinal a um aplicativo no smartphone, via Bluetooth.
“O único trabalho que o indivíduo tem é atualizar o app com o que ele come durante o dia, para que o dispositivo crie uma relação entre o que foi consumido e o volume de gases”, relata Narciso.
Segundo Narcisco, a ideia, ao fazer o protótipo, era saber até que ponto as pessoas se interessariam por um produto não convencional como o CH4.
Parece que, apesar de inusitado, o medidor de flatulência chamou atenção de algumas pessoas, já que o brasileiro conseguiu arrecadar 3.827 dólares em 25 dias no Kickstarter, o maior site de financiamento coletivo do mundo.
Compatível com iPhone e iPad, o CH4 custava 120 dólares do Kickstarter (a campanha de financiamento já terminou). Porém, Narciso acredita que o valor irá reduzir se ele arrecadar o dinheiro necessário para a produção em massa.
“Ainda temos muitas coisas para melhorar, como formato, autonomia da bateria e design do app”, disse.