Tecnologia

Brasil tem um dos piores serviços de banda larga do mundo, segundo ONU

Brasileiro precisa desembolsar US$ 31,31 para uma velocidade de 512 Kbps, em uma média de US$ 61 por Mbps

O custo médio mensal do pacote, em países como Quênia e Marrocos, é de US$ 20 (um terço do Brasil), com uma velocidade de 860 kbps e um custo médio por Mbps de US$ 46 (Getty Images)

O custo médio mensal do pacote, em países como Quênia e Marrocos, é de US$ 20 (um terço do Brasil), com uma velocidade de 860 kbps e um custo médio por Mbps de US$ 46 (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2011 às 10h46.

O brasileiro paga uma mensalidade de aproximadamente US$ 31 por um pacote ilimitado de banda larga fixa para ter acesso a um link de apenas 512 kbps a um custo médio de US$ 61 por Mbps, dados de março de 2011. Os números fazem parte de um estudo global da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), da Organização das Nações Unidas (ONU), que foi divulgado nesta quarta-feira, 19, pelo Comitê Gestor da Internet (CGI.br), e está disponível para download no site da Teletime.

A comparação do serviço é estabelecida em relação a outras economias menos desenvolvidas, como as do Quênia, Marrocos, Sri Lanka, Turquia e Vietnã. O custo médio mensal do pacote nesses países é de US$ 20 (um terço do Brasil), com uma velocidade de 860 kbps e um custo médio por Mbps de US$ 46. Em países como o Vietnã, por exemplo, esse valor é de US$ 25 (contra US$ 61 do Brasil).

Dados móveis

Os índices da banda larga móvel no Brasil são um pouco melhores, porém também preocupantes, de acordo com o estudo da UNCTAD. O custo mensal estimado de um pacote de acesso ilimitado a dados móveis no País é de US$ 51 (US$ 13,7 é a média dos outros cinco países citados). No Sri Lanka, essa mensalidade é de apenas US$ 4,34 e lá a velocidade média – a exemplo da Turquia e de Marrocos - é de 7,2 Mbps.

Já no País, o throughput é de aproximadamente 1 Mbps. Analisando o custo de um plano de 1 GB no Brasil, a relação é ainda mais desproporcional em relação aos outros países: US$ 51, contra US$ 4 no Quênia, US$ 7 em Marrocos, US$ 1 no Sri Lanka, US$ 3 na Turquia e US$ 2 no Vietnã. “Mesmo com a redução de 17% de 2010 para 2011, a telefonia móvel no Brasil continua sendo a mais cara do mundo”, alerta Carlos Afonso, membro do CGI.br.


Conexões

Ao final de 2010, foram totalizados 2 bilhões de usuários de Internet (aproximadamente 30% da população mundial). Porém, em economias desenvolvidas, essa penetração é de 75%, contra somente 24% em países em desenvolvimento.

Também no ano passado, foram comercializados aproximadamente 351 milhões de computadores (PCs), 1,5 bilhão de celulares, 297 milhões de smartphones (crescimento de 72% sobre 2009); e 19,5 milhões de tablets, sendo 15 milhões só de iPads. O mercado de tablets, ao lado do de smartphones, é o que mais cresce e a expectativa é que venda 200 milhões de dispositivos em 2014.

Há no mundo, segundo a UIT, 527 milhões de assinantes de banda larga fixa, porém a penetração global cresceu menos de 1% entre 2009 e 2010. A diferença entre países desenvolvidos e em desenvolvimento novamente se mostra desproporcional: 26% versus 4%, respectivamente.

A média global de conexão no mundo é de 6,4 Mbps (contra menos de 1 Mbps no Brasil). Para se ter uma ideia do avanço de alguns países, a Coreia do Sul possui uma banda média de 37,6 Mbps.

Telefonia móvel e fixa

Na telefonia móvel, o estudo consolidou alguns dados do UIT, segundo o qual há no mundo cerca de 5,4 bilhões de acessos de voz. Entre 2005 e 2010 o Brasil não figurou entre os 20 países com maior taxa de crescimento de teledensidade móvel, mas a penetração nas economias em desenvolvimento, grupo do qual o Brasil faz parte, é de 77 acessos por 100 habitantes. No mundo, a média de 79.


A cobertura de voz móvel é de 100% nos países desenvolvidos e quase 90% nos países em desenvolvimento. Ao final de 2010, a receita média por usuário (ARPU) no Brasil foi de US$ 10,8 ao mês, nível menor somente que o da Rússia (US$ 11,2). O preço por minuto é de US$ 0,11. Parece pouco, mas na Rússia é de US$ 0,05; na China é de US$ 0,02; na Índia e em Bangladesh é de US$ 0,01.

Na telefonia fixa, entre 2000 e 2010, o número de assinantes caiu de 55 para 44 (por 100 habitantes) em países desenvolvidos. Essa teledensidade, em economias em desenvolvimento, subiu de 10 para 13. Na média global, se manteve praticamente estável em 16, com leve tendência de queda a partir de 2005.

Mobile Money

De acordo com dados da GSM Association, a África é a região com o maior número de inicativas de mobile money (51), seguida por Ásia-Pacífico (33) e América Latina e Caribe (14). Países em desenvolvimento, como o Brasil, China, Índia, México e Rússia, somaram 32 milhões de usuários de serviços de mobile money em 2010 e a expectativa é que esse contingente alcance a marca de 290 milhões em 2015 nessas nações.

O desenvolvimento de modelos de negócios e a compatibilidade entre padrões e sistemas de mobile payment estão entre os principais fatores desse crescimento.

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