“Um ataque cibernético pode paralisar a maior empresa aérea, acabar com um evento como esses”, alertou hoje (24) o representante do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, major-brigadeiro Gerson Nogueira Machado (Reprodução)
Da Redação
Publicado em 24 de abril de 2012 às 17h06.
Brasília – A invasão de apenas um hacker no sistema de informática de uma companhia aérea ou de um aeroporto é uma das ameaças que preocupam os responsáveis pela segurança dos grandes eventos que vão ocorrer no Brasil nos próximos anos, e as medidas para impedir que isso aconteça estão sendo tomadas com tanto cuidado tal como é praxe na prevenção de atentados terroristas que podem causar vítimas e danos materiais.
“Um ataque cibernético pode paralisar a maior empresa aérea, acabar com um evento como esses”, alertou hoje (24) o representante do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, major-brigadeiro Gerson Nogueira Machado, durante audiência pública sobre segurança em grandes eventos, na Câmara dos Deputados.
A audiência foi promovida pela Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência do Congresso Nacional em conjunto com as comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara e do Senado. Também participaram representantes do Ministério da Justiça e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que relataram as providências em seus setores para a segurança da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), da Copa das Confederações de 2013 e da Copa do Mundo de 2014, da Jornada Mundial da Juventude, que terá a visita do papa Bento XVI em julho do ano que vem, dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016.
De acordo com o representante da Secretaria para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, José Monteiro Neto, um dos eventos que estão merecendo maior atenção das autoridades é justamente o que trará o papa ao Brasil, no ano que vem, pois são esperados cerca de 3,5 a 4 milhões de visitantes estrangeiros na ocasião.
Monteiro explicou que o planejamento da segurança desse e de todos os demais eventos está baseado em integração total das forças de segurança do país, incluindo setores de inteligência, Forças Armadas e policiamentos locais. O planejamento leva em consideração três eixos de ação: ameaças externas, para impedir a entrada e a ação de torcedores violentos de outros países durante os eventos esportivos; segurança de portos, aeroportos e pontos de fronteira; segurança e estabilidade internas.
Para as copas das Confederações e do Mundo, será montada uma estrutura baseada em centros de controle e comando montados nas 12 cidades-sedes do Mundial e que contará também com unidades móveis nos estádios para atender a qualquer ocorrência. O comando geral ficará em Brasília e, no Rio de Janeiro, haverá um backup dos dados para garantir o funcionamento ininterrupto do sistema durante os eventos.
Já a Abin vem se preparando com o treinamento de seus agentes no Brasil e no exterior, para atuar já em junho, na Rio+20, e trocando informações com órgãos semelhantes de outros países, segundo o diretor do Departamento de Integração do Sistema Brasileiro de Inteligência da Agência, Carlos Alberto Ataíde Trindade.
Na audiência, Trindade mostrou um pen drive que, segundo ele, contém um sistema criptográfico desenvolvido pela agência, “que pode ser quebrado por um hacker, mas levará 17 anos e seis dias para isso, trabalhando diariamente”.