Hackers: aulas para cibercriminosos custam de 120 a 1.500 reais (Getty Images)
Victor Caputo
Publicado em 19 de novembro de 2014 às 13h38.
São Paulo – O Brasil é o único país do mundo onde são oferecidas aulas para quem quer cometer crimes virtuais. A informação foi publicada em um relatório sobre segurança virtual da Trend Micro (em inglês).
O Brasil é o terceiro país a receber um relatório exclusivo da empresa. Antes, Rússia e China haviam sido mapeadas. O relatório é chamado “The Brazilian Underground Market”, “O Mercado Clandestino Brasileiro”, em português.
Ele analisa as particularidades do Brasil nessa área. Uma das informações destacada pela Trend Micro é o mercado de aulas para hackers do mal (ou crackers). De acordo com a empresa, criminosos mais experientes dão até suporte via Skype para aqueles que têm dúvidas.
Vídeos com informações passo a passo também são facilmente encontrados em fóruns online, de acordo com a Trend Micro. Cursos básicos saem por até 120 reais. Outros mais complexos são oferecidos por 1.500 reais.
No Brasil os hackers se comunicam e publicam conteúdo em redes famosas como YouTube, Twitter, Facebook ou Skype. Na Rússia e na China, os contatos são mais discretos, normalmente por meio de IRC, uma forma antiga de bate-papo online.
O Brasil está entre os três países que mais espalham vírus direcionados a sistemas bancários online. O primeiro são os Estados Unidos (responsáveis por 13% das ameaças). O Brasil vem empatado com o Vietnã em segundo lugar, cada um responsável por 9% das pragas virtuais do mundo.
A Trend Micro ainda levantou o preço de venda de outros materiais ilegais. Números de cartão de crédito custam a partir de 90 reais. Listas de números telefônicos saem por 750 reais (o valor depende do tamanho da cidade). Um programa para enviar spam por SMS sai por 500 reais.
A Trend Micro ainda afirma em seu relatório que, assim como visto na Rússia e na China, os preços do mercado clandestino virtual brasileiro estão caindo. Um programa gerador de números de cartão de crédito que em 2011 custavam 400 reais, hoje pode ser encontrado de graça.