Celso Amorim: ministro apontou que, "enquanto o assunto se discute na Unasul, Brasil e Argentina avançam no plano bilateral" (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de novembro de 2013 às 13h34.
Brasília - O ministro da Defesa, Celso Amorim, e o ministro da Defesa da Argentina, Agustín Rossi, analisaram nesta quinta-feira os planos de cooperação em "ciberdefesa", que cobram um importante papel na agenda bilateral após as denúncias de espionagem do governo americano.
"Queremos continuar e aprofundar nossa cooperação nessa área", explicou Amorim aos jornalistas junto a Rossi, que foi recebido hoje em Brasília.
Segundo Rossi, os governos tomaram a decisão de "trabalhar fortemente na questão cibernética", em torno da qual foi elaborado um acordou para que haja uma maior troca de informação entre oficiais de ambas as forças armadas especializados no assunto.
Nesse sentido, o ministro argentino visitará hoje, antes de retornar a Buenos Aires, a Unidade de Ciberdefesa das Forças Armadas do Brasil, que, em breve, receberá alguns oficiais argentinos para trabalhar em projetos conjuntos.
A defesa cibernética passou a ser um dos principais assuntos nas agendas de Amorim e Rossi depois que documentos divulgados pelo ex-técnico da Agência Nacional de Segurança (NSA) Edward Snowden revelaram que os Estados Unidos espionaram as comunicações de cidadãos dos dois países.
No caso do Brasil, os documentos mostraram que as agências dos EUA vigiaram até comunicações pessoais da presidente Dilma Rousseff, de vários de seus ministros e de empresas estatais, como a Petrobras.
Rossi e Amorim também reiteraram que o Conselho de Defesa da União de Nações Sul-americanas (Unasul) tentará reforçar a cooperação em ciberdefesa no âmbito regional.
No entanto, Amorim apontou que, "enquanto o assunto se discute na Unasul, Brasil e Argentina avançam no plano bilateral".
Durante o encontro de hoje, o segundo entre Amorim e Rossi desde o mês de setembro, também foram discutidos outros assuntos bilaterais, como a cooperação argentina no projeto de construção do avião de transporte militar KC 390, impulsionado pela Embraer.
Segundo fontes oficiais, Rossi também reiterou a "disposição" do governo argentino de adquirir um número ainda não determinado de blindados Guarani, um veículo com tração em suas seis rodas e equipado com um canhão de 30 milímetros, desenvolvido em solo brasileiro.