Botox: estudo revelou que ele pode bloquear sinais do nervo vago, que vai do cérebro ao abdômen (GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de agosto de 2014 às 19h52.
O uso do botox pode ir além da estética. Cientistas internacionais revelaram nesta quarta-feira que também pode servir para conter o avanço do câncer, pelo menos temporariamente.
A descoberta, publicada na revista Science Translational Medicine, se baseia em estudos feitos em camundongos com câncer de estômago.
O estudo revelou que o botox pode bloquear sinais do nervo vago, que vai do cérebro ao abdômen, restringindo o crescimento de tumores como se fosse um procedimento cirúrgico.
"Descobrimos que eliminado o efeito do nervo, as células-tronco no tumor do câncer são suprimidas, levando a um tratamento e prevenção do câncer", explicou o co-autor do estudo, Duan Chen, professor da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega.
O botox funcionou quando injetado localmente no nervo vago, bloqueando a liberação de um neurotransmissor, a acetilcolina, que estimula o crescimento do tumor.
Os cientistas estão agora realizando testes clínicos em pacientes com câncer no estômago na Noruega para provar sua eficácia em humanos.
Os estudiosos dizem que a técnica, embora não seja uma cura para o câncer, poderá estender a vida das pessoas com câncer no estômago inoperável ou pacientes que não respondem mais à quimioterapia.
O câncer de estômago é o quarto tipo mais comum de câncer no mundo e cerca de um quarto dos pacientes sobrevive mais de cinco anos após o diagnóstico.