Startups: empresas que estabelecem maiores relações de mercado em estágio inicial são mais bem-sucedidas (Foto/Getty Images)
Maria Eduarda Cury
Publicado em 15 de janeiro de 2020 às 16h48.
Última atualização em 15 de janeiro de 2020 às 16h48.
São Paulo - Construir uma empresa não é uma tarefa fácil - ainda mais quando milhares de pessoas estão fazendo a mesma coisa que você. Só no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Startups, existem cerca de 12 mil jovens companhias ativas no mercado. Pensando nisso, uma equipe de pesquisadores da Universidade Queen Mary, em Londres, analisou empresas em estágio inicial e percebeu que, aquelas que firmam melhores relações profissionais nessa fase, têm sucesso econômico por mais tempo.
O estágio inicial de uma empresa é quando investidores privados analisam seu valor, com base em critérios como potencial para crescer em novos mercados. Por isso, empresas que já possuem conexões profissionais desde o início garantem um futuro menos incerto. A troca de experiências e conhecimento, juntamente com o investimento, alavanca as startups para que se destaquem no mercado de trabalho.
Com base em dados de 41.380 empresas que foram coletados por 25 anos, a equipe desenvolveu algoritmos capazes de prever o sucesso no futuro com precisão. Dados sobre rodadas de financiamento, aquisições e ofertas públicas iniciais foram usados para identificar o sucesso das startups.
Se baseando na distância média entre as startups e outras empresas da mesma rede, a equipe mediu os valores de proximidade entre elas. Os resultados mostraram que 30% das 20 empresas com mais resultados econômicos favoráveis nos primeiros 7 anos garantiram um sucesso a longo prazo. Para validar o estudo, eles analisaram empresas como Facebook, Uber e Airbnb - três exemplos de companhias que se tornaram referência em seu mercado logo após serem fundadas.
Para Moreno Bonaventura, ex-aluno de doutorado da Universidade Queen Mary, ressalta, em nota, que o passado dos empreendedores é muito importante para determinar o futuro de uma startup. "As pessoas dentro de uma empresa, sejam investidores, funcionários ou consultores, trazem consigo experiências de outras empresas em estratégias eficazes, conhecimento sobre tecnologias de ponta e seus próprios contatos pessoais. As redes globais são a espinha dorsal através da qual o conhecimento é adquirido e compartilhado, e essas informações podem ser usadas para construir inteligência preditiva sobre o desempenho econômico futuro das empresas jovens", afirmou Bonaventura.