(BMW/Divulgação)
Lucas Agrela
Publicado em 5 de abril de 2018 às 14h55.
Qualquer especialista em luxo lhe dirá que a percepção tem mais importância do que nunca para os consumidores da atualidade. Especialmente quando se trata de carros.
Como diz o chefe de uma empresa automotiva, o mais importante não é que os consumidores gostem de um carro, e sim que os amigos deles gostem.
Hoje em dia, os veículos vistos como ecologicamente corretos muitas vezes conferem maior status.
Este fator se aplica ao sedã híbrido BMW 740e xDrive iPerformance 2018. Ele é igualmente rápido, um pouco mais potente e US$ 7.000 mais caro que o sedã Série 7 padrão. Mas tem maior eficiência de combustível que o irmão, à razão de muitos quilômetros por litro quando observado o desempenho combinado do motor, e traz consigo a valiosa influência social conferida pelas sutis sugestões de design que dizem “olhe para mim, sou um híbrido!” espalhadas pela carroceria.
De fato, o Série 7 híbrido talvez seja a opção de maior prestígio dessa gama, considerando até mesmo o excelente 12 cilindros. Em um momento em que os fãs do design já não precisam se contentar em dirigir um Prius porque querem ser ecológicos, o sedã BMW Série 7 híbrido mostra o que significa ser rico, progressista e bonito.
O que o Série 7 esconde é um amplo espaço interno e uma eficiência excepcional, disfarçada pelo motor silencioso e pela direção sedosa. Por trás da grade azulada há um motor twin-turbo de 2.0 litros, 255 cavalos de potência e quatro cilindros -- o primeiro quatro cilindros da Bayerische Motoren Werke em um Série 7 nos EUA -- e uma bateria de íons de lítio de 9,2 kWh. Combinados, eles oferecem o equivalente a 27 quilômetros por litro com propulsão híbrida (ou 11,4 quilômetros por litro combinados se funcionarem apenas com gasolina), com um alcance exclusivamente elétrico de 22,5 quilômetros.
É justo dizer que provavelmente seria possível rodar mais com um tanque usando um sedã movido a diesel, mas é difícil encontrar um carro assim nos EUA, especialmente com todos os mimos de luxo e potência. O resultado total é de 322 cavalos e 51 mkgf de torque, o suficiente para levar o carro de 0 a 60 milhas por hora (96 km/h) em 5,1 segundos, com velocidade máxima de 250 km/h.
A sensação de dirigir o carro combina com o elã sóbrio do exterior: suave e contido, mas capaz de disparar quando necessário. A transmissão de oito marchas, os múltiplos modos de direção e a tração nas quatro rodas combinaram perfeitamente com uma viagem de fim de semana a Montauk, Nova York, com várias centenas de quilômetros de rodovias pontuadas por trilhas de terra, ruas de paralelepípedos e sinuosas estradas secundárias em meio à floresta.
Mas se você quiser um carro com um rugido gutural, ou com uma verdadeira personalidade na direção, procure em outro lugar. Para o bem ou para o mal, o híbrido Série 7 nunca impõe, nunca arranca, nunca troveja como o Série 7 V12. Ele é capaz e cumpridor, bom como um eletrodoméstico. É um carro domesticado, não selvagem -- é preciso ter isso em mente.