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Blogueiro saudita acusado de blasfêmia é preso

Segundo o comitê saudita, um polêmico tweet enviado pelo jornalista constitui uma "apostasia", crime que pode ser punido com a morte

O jornalista fugiu de seu país depois de receber ameaças de morte
 (Fayez Nureldine/AFP)

O jornalista fugiu de seu país depois de receber ameaças de morte (Fayez Nureldine/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2012 às 15h43.

Riad - O jornalista e blogueiro saudita Hamza Kashgari, acusado de blasfemar no Twitter, foi preso quando chegava a Riad domingo à noite, após ser repatriado da Malásia, informou a imprensa local nesta segunda-feira.

O jornalista fugiu de seu país depois de receber ameaças de morte.

Ele vai continuar na Arábia Saudita sob "a acusação de apostasia", disse o jornal Daily News, citando "fontes bem informadas". Sua prisão foi relatada por outros jornais, sem mais detalhes.

A Anistia Internacional e a Human Rights Watch pediram à Malásia que não o reenviassem para Riad, "onde poderá ser executado", segundo a Anistia.

Hamza Kashgari, que trabalha para um jornal local de Jeddah (oeste), publicou em seu Twitter uma mensagem para o profeta Maomé no dia do aniversário de seu nascimento, que caiu neste ano no dia 4 de fevereiro.

"No seu aniversário, eu não vou me curvar diante de você (...) Eu gostava de algumas coisas em você, mas odiava outras, e não entendi muitas coisas sobre você", afirmou o jovem em seu tweet.

Seu comentário causou protestos na web, enquanto o comitê saudita de fatwas (decretos religiosos) afirmou que o tweet constitui uma "apostasia", crime que pode ser punido com a morte neste país ultraconservador.

Um grupo no Facebook nomeado "o povo saudita exige a execução de Hamza Kashgari" contava com mais de 21 mil membros nesta segunda-feira.

Hamza Kashgari foi preso em sua chegada na quinta-feira a Kuala Lumpur e extraditado no domingo da Malásia, informou à AFP uma autoridade do governo malaio.

Algumas ONGs afirmaram que o destino final do jornalista era a Nova Zelândia.

A Interpol desmentiu as informações comunicadas por uma fonte da polícia malaia que fazia menção a um mandato de prisão expedido pela Interpol a pedido da Arábia Saudita.

A Malásia e a Arábia Saudita não possuem tratado oficial de extradição, mas os dois países muçulmanos mantêm relações cordiais.

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