Ofertas de notebooks: As promoções na Black Friday podem ser tentadoras, mas é bom prestar atenção nas configurações (Justin Sullivan/Getty Images)
Gustavo Gusmão
Publicado em 22 de novembro de 2018 às 05h55.
Última atualização em 22 de novembro de 2018 às 12h11.
São Paulo — Nem só de TVs e smartphones vive a Black Friday. As promoções na data também podem ser boas oportunidades para trocar de notebook. Mas, assim como nos casos dos outros eletrônicos, é preciso prestar atenção na hora de comprar o computador portátil. Nem sempre a oferta é tão boa quanto parece, seja pelo preço ou pelas configurações. Confira abaixo tudo em que você precisa prestar atenção na hora de escolher um:
É, possivelmente, o fator mais importante na escolha de um notebook. Não é exagero dizer que o processador é o cérebro do aparelho e o responsável pela boa execução de cada processo no computador. Por isso, aqui, a resposta vai depender mais do uso que você pretende fazer do que da marca da peça. Ainda que a AMD esteja voltando ao mercado de desktops, a maioria dos modelos de laptops no varejo vêm com chip da Intel — Core i3, i5 ou i7.
O primeiro é mais indicado apenas para tarefas mais básicas. Se você só pretende navegar na internet sem abrir dezenas de abas e editar um texto ou outro no Word, um Core i3 deve dar conta sem maiores dificuldades. Mas tenha paciência e não conte muito com o processador caso queira fazer algo que vá além dessas tarefas.
Um Core i5 já dá conta de processos mais pesados e é mais indicado para quem pretende exigir mais do notebook. Segundo o site NotebookCheck, o Intel Core i5-8250U, encontrado em alguns laptops, conseguiu uma pontuação quase duas vezes melhor do que o Core i3-8100U em um teste no benchmark Geekbench, executando uma tarefa que exigia todos os seus núcleos: foram 14407 contra 7188 pontos.
Já um i7 de entrada, mais comum, pode aumentar essa diferença ainda mais. Mas o salto não é exatamente gritante. Na mesma avaliação de múltiplos núcleos, o Core i7-8559U chegou a 17702 pontos. A história só fica bem diferente quando falamos de um chip mais caro, daqueles usados em notebooks para games: o i7-8750H, por exemplo, alcançou os 20591 pontos no teste. Vale prestar atenção, portanto, na letra no fim do nome do processador: os chips terminados em H ou HQ são, normalmente, mais indicados para tarefas pesadas.
Aliás, um ponto importante a se notar é a geração da peça. Nos Intel Cores, ela é indicada pelo primeiro dos quatro números no nome: os três chips citados acima são da oitava geração, a mais recente disponível no mercado. Um Intel Core i7-7500U já é da sétima, enquanto um é i7-6500U é da sexta e assim por diante.
E quanto aos processadores Celeron? Estes são um poucos mais raros e, ainda que sejam bem mais baratos, não são exatamente referências em poder de processamento. Por isso, novamente: dependendo do que você pretende fazer, é bom pensar duas vezes antes de comprar um notebook com um desses chips.
Ainda que os processadores façam boa parte do trabalho pesado, a quantidade certa de memória RAM também é essencial para um notebook saudável. Processos mais pesados e vários programas rodando ao mesmo tempo vão exigir mais "megas" e "gigas" de memória. Por isso, caso você pretenda fazer uso intenso do laptop, é bem possível que a máquina trave com apenas 4 GB. É melhor partir para 8 GB ou, dependendo do caso, ir até além — se a ideia for programar, por exemplo, ou fazer algo que exija muitas janelas abertas.
Vale dizer que, no caso de jogos, a quantidade não chega a importar tanto. Para eles, faz mais diferença o tipo e a velocidade da memória RAM. Essas especificações, que também são importantes para outras aplicações, são indicadas pelos termos "DDR4" e "2400 MHz" na ficha técnica dos notebooks. Esses são os valores padrão hoje, então fique ligado caso o laptop que chamou sua atenção tiver menos de 2000 MHz na velocidade da RAM ou pior: usar memória DDR3.
As placas de vídeo dedicadas (GeForces e Radeons nas fichas técnicas) podem ser adicionais bem-vindos, especialmente se você pretende usar Photoshop ou rodar algum jogo. Mas é sempre bom lembrar que os processadores Intel Core i3, i5 e i7 mais recentes já vêm com uma unidade de processamento gráfica integrada (GPU), a Intel HD Graphics — e modelos mais antigos de GeForces e Radeons não são muito mais poderosos do que essas GPUs.
Para efeito de comparação, uma GeForce 820M ou uma 910M, comuns até pouco tempo atrás em alguns notebooks, são mais fracas do que uma Intel UHD Graphics 620 que acompanha o Intel Core i5-8250U mencionado mais acima. Na lista do NotebookCheck, os chips dedicados ficam abaixo da 400ª posição (401ª e 402ª) no ranking de placas de vídeo, enquanto o integrado está quase 100 colocações acima (328ª).
Se quiser um chip gráfico um pouco mais capaz, procure por algum modelo de laptop com uma GeForce MX110 ou MX150. Ou, se sua ideia for jogar ou executar algum aplicativo gráfico para valer, a recomendação é ir atrás de notebooks com GeForces GTX ou Radeon RX. O ranking do NotebookCheck é sempre uma boa referência para saber qual é mais potente.
São duas tecnologias bem diferentes. O HD é o bom e velho disco rígido, com um disco de metal e uma agulha que faz a leitura do que está armazenado, quase como um LP. O SSD, por sua vez, é uma unidade de armazenamento flash, que é uma opção consideravelmente mais rápida para acessar arquivos — mas que também pode ser bem mais cara.
Se você precisa de velocidade e melhor desempenho (e tem um orçamento menos apertado), a recomendação é optar por um notebook com SSD. Eles possivelmente terão menos espaço de armazenamento, mas o retorno em velocidade é compensador.
Caso o bolso não permita, a dica é ao menos checar a velocidade de rotação do HD tradicional que equipa o notebook. Os mais comuns virão com um disco de 5400 RPM, mais lento. Se for possível, tente ao menos optar por uma unidade de 7200 RPM.
Ainda que seja comum nas TVs, o Full HD ainda não domina os notebooks. A maioria das opções mais em conta, de menos de 4000 reais, tem tela de 1366 x 768 pixels. Mas é possível encontrar alguns modelos nessa faixa de preço com display de resolução 1920 x 1080 — e isso pode fazer toda a diferença, especialmente em painéis de 15 polegadas ou mais.
Por menos do que 3000 reais, no entanto, não há muito para onde fugir. A dica, nesses casos, é checar o ângulo de visão da tela (caso você possa pegar o produto em mãos) ou pelo menos buscar por um modelo com display antirreflexo (a informação aparece na ficha técnica).