Por ser um país com a maior biodiversidade do mundo, o Brasil possui um enorme potencial de aproveitamento desse modelo, e sua implementação pode ser um divisor de águas para a economia brasileira. (iStock/Thinkstock)
Colunista
Publicado em 3 de março de 2023 às 14h10.
Última atualização em 3 de março de 2023 às 15h33.
A bioeconomia ou economia sustentável visa unir a ciência dos recursos naturais ao desenvolvimento de novas tecnologias, serviços e produtos, com a intenção de fazer uma gestão mais eficiente deles por meio de inovação. Embora o conceito não seja recente e nem novidade, voltou a ser comentado pelo mercado nas últimas semanas.
Por ser um país com a maior biodiversidade do mundo, o Brasil possui um enorme potencial de aproveitamento desse modelo, e sua implementação pode ser um divisor de águas para a economia brasileira. De acordo com estudo recente realizado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) em parceria com a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), a aplicação da bioeconomia pode ajudar o setor industrial a alcançar um faturamento anual de US$ 284 bilhões até 2050.
Outros dados do Observatório de Bioeconomia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostram que esse mercado tem estado cada vez mais na mira dos investidores, e atualmente representa cerca de 20% do PIB nacional.
O entendimento do quão importante é investir na bioeconomia se torna ainda mais fundamental em momentos como o que estamos vivendo agora, no qual há vários desastres naturais ocorrendo ao redor do mundo causados principalmente por mudanças climáticas e uma crise global em diversos setores que torna a economia instável e está resultando em demissões em massa em várias empresas para tentar conter os gastos.
Nesse sentido, também é possível observar organizações de todos os tamanhos e segmentos se envolvendo com projetos de transformação digital dos negócios, com o objetivo de trazer mais inovação para dentro de casa e conseguir entregar produtos e serviços melhores e mais inovadores para os consumidores.
Ainda que seja um processo caro, como apontam informações de um levantamento do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) de que as ações envolvendo a implementação da bioeconomia custariam cerca de US$ 45 bilhões, é extremamente necessário e a médio prazo já é capaz de trazer diversos impactos positivos para os negócios.
Ainda mais em um cenário de intensos debates envolvendo o ESG (práticas de governança ambiental, social e corporativa), fica claro que boa parte do mercado já entendeu que o foco na sustentabilidade é um dos principais caminhos para o sucesso e crescimento das companhias, e aqueles que ainda não compreenderam isso já estão perdendo para a concorrência.
Porém, vale lembrar que a adoção da bioeconomia e o investimento em iniciativas sustentáveis não é positivo apenas pelo viés do lucro que pode proporcionar para as empresas –, mas sim porque ele é benéfico para o planeta, e portanto, o mundo inteiro sai ganhando com isso.