Bill Gates: fundador da Microsoft criticou o tempo de demora para obter resultados de testes de covid-19 (Michael Cohen / Correspondente/Getty Images)
Rodrigo Loureiro
Publicado em 7 de agosto de 2020 às 15h41.
Última atualização em 7 de agosto de 2020 às 15h59.
Bilionário, fundador da Microsoft e um dos principais críticos à forma como os governos estão respondendo à crise do coronavírus, Bill Gates não está contente com o modo como os testes para detectar o coronavírus estão sendo realizados nos Estados Unidos. Em entrevista para a Wired, ele afirmou que “a maioria dos testes nos Estados Unidos é completo lixo.”
Gates não se refere à qualidade dos testes, mas sim ao tempo que leva para que os resultados sejam conhecidos pelos pacientes. Para ele, deveria haver um incentivo financeiro para que os laboratórios realizem os testes em até 24 horas. “Se você não se importa com o atraso da data e reembolsa no mesmo nível, é claro que eles [os laboratórios] atenderão todos os clientes”, afirmou.
Ao mesmo tempo, caso os resultados não saiam em até 48 horas, não deveria haver pagamento pelas testagens, já que os exames ficariam velhos. “É preciso que o sistema de reembolso pague um pouco mais por testes concluídos em até 24 horas, pague a taxa normal para até 48 horas e não pague nada [depois do prazo]”, disse.
Questionado, então, sobre os motivos pelos quais o governo americano não adota esta estratégia, Gates afirmou que mesmo após os órgãos federais serem aconselhados a realizar mudanças neste sentido, há relutância. “Eles dizem ‘estamos fazendo um ótimo trabalho’ e aqui estamos em agosto, sendo o país que mais desperdiça dinheiro com testes”, afirmou.
Gates é um dos bilionários mais envolvidos em tratamentos e na busca por uma vacina contra a covid-19. Recentemente, ele afirmou que a empresa SK Bioscience, da Coreia do Sul, será capaz de produzir até 200 milhões de doses de uma vacina contra o novo coronavírus até junho do ano que vem. Gates, através de seu fundo filantrópico, investiu 3,6 milhões de dólares na operação.
Os Estados Unidos permanecem na liderança isolada de casos de covid-19 no mundo. Mais de 4,9 milhões de pessoas foram infectadas pela doença no país. Até esta sexta-feira, 7, eram 161.961 mortes por coronavírus. O Brasil segue em segundo lugar com mais de 2,9 milhões de infectados e 98.844 mortes registradas até a última quinta-feira.