Tecnologia

Governo quer reduzir custo da conexão internacional

O ministro mencionou a participação do Brasil na Conferência de Dubai em que o País defendeu um equilíbrio "da questão econômica da Internet"


	"Falamos com a ICANN e com a ministra de comércio dos EUA, mas não conseguimos ainda sensibilizar e convencer", afirma o ministro

"Falamos com a ICANN e com a ministra de comércio dos EUA, mas não conseguimos ainda sensibilizar e convencer", afirma o ministro

DR

Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2013 às 18h19.

O Brasil gasta no mínimo R$ 500 milhões na conexão internacional de dados para acessar conteúdos no exterior, que representam 40% de toda a navegação do Brasil. Os dados foram apresentados pelo ministro Paulo Bernardo durante a abertura do Congresso Brasileiro da Internet, promovido pela Abranet em Brasília.

Segundo ele, o governo está preocupado com essa questão e o cabo submarino que será construído pela Telebras tem o objetivo de atacar esse problema. Em Miami, diz Bernardo, o Mbps no atacado custa US$ 3; no Brasil, sem impostos o custo é de R$ 53, e com impostos pode chegar a R$ 70.

O ministro mencionou a participação do Brasil na Conferência de Dubai em que o País defendeu um equilíbrio "da questão econômica da Internet". Bernardo menciona que existem 15 Pontos de Troca de Tráfego (PTTs) internacionais, dos quais 11 estão nos EUA, três na Europa e um no Japão. "Falamos com a ICANN e com a ministra de comércio dos EUA, mas não conseguimos ainda sensibilizar e convencer", afirma o ministro.

Demi Getschko, diretor-presidente do NIC.br, explica que o ministro se referiu aos servidores raiz, administrados pelo ICAN, que funcionam como a lista telefônica da Internet, indicando os servidores que abrigam os endereços buscados pelos usuários. "Não tem a ver com o tráfego da Internet", explica ele.

Em relação ao tráfego em si, embora o Brasil ainda tenha um déficit de 40%, segundo o ministro em relação aos EUA, Demi explica que os principais players mundiais da Internet como o Google, Yahoo etc., têm servidores espelhos no País, o que reduz o tráfego que sai do Brasil para outros países, tipicamente os EUA. O ponto de troca de tráfego de São Paulo tem um tráfego de 160 GB por dia, o que se equivale aos principais PTTs do mundo.

Bernardo reconhece que é preciso estimular o mercado de data centers no Brasil para que os players internacionais ou mesmo nacionais hospedem seus serviços no Brasil. O vice-presidente do Mercado Livre, Stelleo Tolda, informa, por exemplo, que seus serviços estão hospedados nos EUA. Outro fantasma que afasta investimentos nessa área no Brasil é a insegurança jurídica, representada por decisões judiciais, como aquela que bloqueou o YouTube.

A expectativa de Bernardo é de contínuo crescimento da Internet no Brasil. Em 2011, a banda larga fixa cresceu 6 milhões de novos domicílios e cerca de 20 milhões na banda larga móvel. "Os números do ano passado nós ainda não temos, mas não há razão para acreditar que o crescimento será menor", diz ele, que menciona também a inclusão de novos consumidores da classe C.

Acompanhe tudo sobre:Banda largaDéficit públicoInternet

Mais de Tecnologia

Meta lança aplicativo de edição de vídeo em meio a banimento do CapCut

Líderes de tecnologia acompanharam Trump em culto antes da posse presidencial

Meta pode sair ganhando com proibição do TikTok nos EUA

Cabos submarinos danificados na Europa foram resultado de acidentes, e não de sabotagem russa