Chips de celular da Oi: O uso do chip para pagamentos pelo celular tem em vista as classes D e E
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2013 às 17h23.
São Paulo - O Banco do Brasil, a Oi e a Cielo anunciaram hoje (29/9) acordos para pagamentos através de celulares (mobile payment). Foram realizadas duas operações: uma joint-venture e uma parceria. A Oi e Cielo fizeram uma joint-venture para o desenvolvimento de plataformas de pagamentos através de celulares. Já a Oi e o Banco do Brasil fecharam uma parceria para a emissão de cartões de crédito - em plástico e dentro de chips de celulares.
Com os acordos, os clientes da Oi e do Banco do Brasil poderão realizar compras através de celulares em estabelecimentos credenciados à Cielo. As empresas afirmaram que, daqui a 180 dias, o acordo entrará em operação. "A partir da junção das três companhias, acreditamos que vamos colocar um divisor de antes e depois em mobile payment", disse o diretor de cartões do BB, Denílson Gonçalves Molina.
As empresas esperam ter cerca de um milhão de novos clientes por ano a partir de 2012 dentro desse sistema. Do total, mais da metade deve ser das classe C, D e E, segundo as empresas, mas, em volume de operações, as classes A e B devem predominar.
A transação é baseada no envio de mensagens (SMS), que é disponível em todo o território nacional e é um procedimento conhecido pela população. O lojista usa o número do telefone do cliente para fazer a transação bancária. O cliente recebe então uma mensagem de texto em seu celular comunicando a compra, ele preenche com sua senha e a transação é efetuada - e lojista e consumidor recebem uma mensagem de texto confirmando a operação.
"Esse modelo funciona como comodidade para a alta renda e como alternativa para o restante da população", segundo o diretor de mercado da Oi, João Silveira. A cobrança será realizada separadamente à conta telefônica. Segundo a Oi, como a solução de pagamento vem no chip, ela é mais "competitiva" para o ponto comercial, e as mensagens de texto relativas aos pagamentos não são cobradas.
Chip de celular vem com cartão de crédito
No mercado de pagamentos por celular, há soluções para um público de alta renda, mas a grande oportunidade está na nova classe C, segundo o Banco do Brasil, inclusive para as empresas que não possuem POS - o terminal eletrônico para pagamento.
O uso do chip para pagamentos pelo celular tem em vista as classes D e E, uma vez que A, B e C estão mais familiarizadas com o uso do cartão comum. "A oportunidade que a gente quis explorar foi a D e E, que tem um celular pré-pago e, ao comprar o chip, já terá o cartão de crédito, cujas condições de uso serão avaliadas pelo banco", disse Molina.
Nas classes C e D, 46% não têm acesso aos bancos, segundo estudo encomendado pela Mastercard ao Instituto Ipsos. Apenas 27% têm cartão de débito, enquanto 25% possuem somente o cartão de crédito. Segundo a pesquisa, 80% das pessoas das classes C e D bancarizadas possuem o cartão de débito e 49%, o cartão de crédito.
"É o dilema do tostines, as lojas (microempresas) não aceitam porque o consumidor não tem cartão, e o consumidor não tem cartão porque as lojas não aceitam", disse o diretor de mercado da Oi, João Silveira. Pelas contas da empresa, hoje o Brasil deve ter 11 milhões de estabelecimentos, enquanto a Cielo está em 1,8 milhão. Segundo o BB, as classe C D e E representam cerca de 70% da população brasileira - o mercado de baixa renda no Brasil é um mercado de 843 bilhões de reais, segundo o Datapopular
BB e Oi
Com a parceria, o BB passa a ter acesso à base de clientes da Oi, cerca de 37 milhões de pessoas na área de celulares. O acordo tem duração prevista de 20 anos, com possibilidade de ampliação. Os resultados serão divididos entre as empresas. O produto principal oferecido para o público das classe C, D e E será o cartão inserido no chip. O banco pretende, no futuro, oferecer compras em débito para seus correntistas seguindo esse modelo.
O Banco do Brasil já atuava em pagamentos através do celular, mas por meio da plataforma da Visa, o que tornava a operação diferente para os clientes Visa e Mastercard. Com a parceria com a Oi, há a possibilidade de unificar a operação. O banco não vai abandonar a plataforma Visa, caso algum cliente queira usá-la, mas o foco será a operação com a Oi.
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