Tecnologia

Bateria da Tesla faz empresas estudarem produzir mais lítio

O plano da Tesla para colocar baterias em milhões de casas está levando duas das maiores produtoras de lítio do mundo a considerarem implantar novas fábricas

Elon Musk, fundador e CEO da Tesla, apresenta projeto de bateria de energia para casas e carros (Tim Rue/Bloomberg)

Elon Musk, fundador e CEO da Tesla, apresenta projeto de bateria de energia para casas e carros (Tim Rue/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2015 às 16h21.

O plano de Elon Musk para colocar baterias em milhões de residências e carros está levando duas das maiores produtoras de lítio do mundo a estudarem a possibilidade de implantar novas fábricas para atender o aumento esperado na demanda.

A Albemarle Corp. estuda erguer uma nova planta para a fabricação de hidróxido de lítio, a forma do metal usada em baterias para veículos elétricos, disse o CEO Luke Kissam.

A FMC Corp. decidirá dentro de um ano se construirá uma nova fábrica, disse o CEO Pierre Brondeau. Ambas preveem a implantação de seus projetos na Ásia ou nos EUA.

Musk, o fundador e CEO da Tesla Motors Inc., tem a expectativa de abrir no ano que vem o que ele chama gigafábrica nos arredores de Reno, em Nevada, nos EUA, para produzir as baterias que movimentam os carros e armazenam energia renovável para residências e empresas. Musk classificou a demanda pelas baterias fixas como “incrível”, enquanto alguns estados, liderados pela Califórnia, buscam maneiras de integrar as energias solar e eólica à rede elétrica.

“Eu estimo que ao longo do tempo vamos obter 50 por cento do crescimento com derivados do lítio”, disse Kissam em entrevista na reunião anual do Conselho Americano de Química, em Colorado Springs, no Colorado, nos EUA.

A FMC, que controla metade da produção de hidróxido de lítio do mundo, e a Albemarle, a maior fabricante de produtos de lítio, estão disputando participação de mercado nesse setor em expansão.

A FMC, que tem sede na Filadélfia, decidirá até meados de 2016 se aumentará sua capacidade nos EUA ou na Ásia para atender a demanda de empresas como a Tesla, disse Brondeau.

A Albemarle, que tem sede em Baton Rouge, Louisiana, está desenvolvendo uma planta para converter espodumênio diretamente em hidróxido de lítio. A ideia é pular uma fase para transformar a empresa na produtora de custo mais baixo, disse Kissam.

O espodumênio é tradicionalmente transformado em cloreto de lítio e posteriormente convertido em hidróxido.

Projeções da Tesla

Musk garantiu aos investidores, no mês passado, que a Tesla cumprirá a projeção de produção de 55.000 carros neste ano e que seu SUV Model X começará a chegar aos clientes no terceiro trimestre.

Além disso, a Tesla tem 38.000 encomendas de todo o mundo para o Powerwall, seu produto residencial de energia, e 2.500 para o Powerpack em tamanho industrial.

A Tesla anunciou diversas parcerias com empresas como a Southern California Edison, da Edison International, e a Amazon.com Inc.

Se a Tesla ajudar a aumentar a demanda pelo hidróxido de lítio, a FMC precisará expandir sua capacidade de produção até 2017, disse Brondeau.

A Albemarle também planeja iniciar a produção no final deste ano em uma nova planta no Chile capaz de fabricar 20.000 toneladas por ano de cloreto de lítio com qualidade para baterias a partir da salmoura (água salgada).

A produção, no entanto, atingirá sua capacidade plena somente no início de 2017.

O derivado do cloreto pode ser processado para se transformar em hidróxido ou ser usado em baterias fixas.

A Albemarle e a Sociedad Química Minera de Chile SA (SQM) são as produtoras que contam custos mais baixos para o carbonato de lítio, disse ele.

O lítio é a divisão mais rentável da Albemarle, com lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização de aproximadamente 40 por cento das receitas, disse Kissam.

A Albemarle assumiu a empresa na aquisição de US$ 6,2 bilhões da Rockwood Holdings Inc., um acordo fechado em janeiro.

Acompanhe tudo sobre:Carros elétricosElon MuskEmpresas americanasMontadorasTesla

Mais de Tecnologia

Segurança de dados pessoais 'não é negociável', diz CEO do TikTok

UE multa grupo Meta em US$ 840 milhões por violação de normas de concorrência

Celebrando 25 anos no Brasil, Dell mira em um futuro guiado pela IA

'Mercado do amor': Meta redobra esforços para competir com Tinder e Bumble