4G: o Lote 4 de 10 MHz + 10 MHz não foi vendido (David Ramos/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 30 de setembro de 2014 às 17h54.
São Paulo - Se tem um lado bom para o fato de uma grande operadora ter ficado fora do leilão da faixa de 700 MHz é que, na prática, ficou ainda maior a distância entre o 4G e a radiodifusão.
O Lote 4 de 10 MHz + 10 MHz não foi vendido, o que acaba adicionando mais 10 MHz à banda de guarda de 5 MHz, totalizando, portanto, 15 MHz de distância entre os dois serviços.
Essa banda de guarda estendida é uma garantia extra à Anatel e às operadoras de telecomunicações de que não haverá surpresas nos cenários de mitigação da interferência mapeados pela Anatel.
"Não haverá nenhum prejuízo para a TV digital no Brasil. As duas indústrias podem conviver tranquilamente juntas. E há recursos suficientes para fazer essa migração. Isso está garantido no edital e em portarias do ministério. Não há nenhum risco para a radiodifusão", disse o presidente da Anatel, João Rezende.
O presidente da TIM, Rodrigo Abreu, se vale da "experiência internacional" para apostar que não haverá problemas, como foi o caso da Itália, sede do controlador da empresa.
"Estamos comprando o futuro da presença em dados no país. Todos os exercícios de limpeza de faixa realizados até hoje acabaram se provando mais simples que a teoria", afirma ele.
A mesma "experiência internacional", neste caso do Japão e da Inglaterra, foi base dos estudos da Abert que mostraram custos elevados de mitigação e a necessidade de um bom planejamento.
O presidente da Claro, Carlos Zenteno, também se mostrou otimista em relação à desocupação da faixa.
"Nossa expectativa é que esses valores serão suficientes (para a limpeza), até porque eles também foram avaliados pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Vamos ter que fazer um trabalho muito dedicado com as televisões e com a entidade que foi criada", afirma ele.