Google Earth: a falsa Atlântida ficava perto da ilha da Madeira, no fundo do Atlântico (Reprodução)
Maurício Grego
Publicado em 8 de fevereiro de 2012 às 09h46.
São Paulo — O Google liberou uma atualização para o Google Earth nesta semana que melhora a visualização do fundo do mar no aplicativo. A mudança fez sumir algumas falhas nas imagens, como um conjunto de linhas no fundo do Atlântico, perto da Ilha da Madeira, que muita gente associava ao mítico continente perdido de Atlântida.
As linhas foram descobertas em 2009. A notícia de que Atlântida havia sido encontrada correu o mundo e foi manchete em alguns jornais ingleses. O Google, então, explicou que as figuras geométricas eram, na verdade, rastros do sonar de um navio, que ficaram destacados nas imagens por uma falha de software.
O aplicativo que faz a montagem das imagens junta fotos aéreas, imagens captadas por satélites e dados de sondagens batimétricas feitas por navios. O que ocorreu naquela região do Atlântico é que dados batimétricos de maior resolução, captados por um navio que fez seguidas varreduras no local, foram sobrepostos a outros de resolução muito menor (depois, divulgou-se que o navio que fez a varredura estava em busca de um local para descarte de lixo atômico).
As faixas de resolução ampliada se destacaram, formando as linhas. Era um defeito relativamente comum no Google Earth, que ocorria também em outras regiões. Em torno da Antártida, por exemplo, o mapeamento padrão não tem bom detalhamento. Mas era possível identificar faixas com resolução ampliada, assinalando o caminho seguido pelos navios de sondagem.
Mesmo com as explicações do Google, adeptos de teorias conspiratórias disseram que aquela era mesmo Atlântida e que a empresa de Mountain View estava querendo ocultar a descoberta. Se fosse esse o caso, Atlântida teria sido a maior metrópole que já existiu no planeta, já que as linhas no oceano cobriam uma área maior que o estado de Sergipe. Agora, a falsa Atântida quase sumiu das imagens, embora ainda se possam ver algumas linhas sutis no local.
Apesar de termos dado uma explicação razoável e precisa, as linhas ainda eram bastante feias. Por isso, limpamos o defeito como parte desta atualização, diz o Google no blog oficial do Earth. Além dessa, há outras mudanças que melhoram a visualização do fundo do mar em muitos lugares. A Fossa das Marianas, local mais profundo do planeta, por exemplo, pode, agora, ser vista de forma muito mais nítida.
O mapeamento do fundo mar que aparece no Google Earth é um trabalho complexo, que envolve várias instituições, como a Marinha americana e a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), além da Universidade da Califórnia. O vídeo abaixo destaca alguns dos melhoramentos feitos nas imagens, incluindo a exclusão da falsa Atlântida.