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Ativistas veem pouco avanço na Cúpula do Clima da ONU

Mas eles encontraram algum consolo no compromisso, embora limitado, assumido por alguns governos

Cúpula do Clima (Getty Images)

Cúpula do Clima (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2014 às 14h04.

Os líderes presentes à cúpula do clima da Organização das Nações Unidas (ONU) fizeram poucas promessas para frear a mudança climática e satisfazer as exigências das centenas de milhares de pessoas que tomaram as ruas de todo o mundo no domingo pedindo ações ousadas, disseram grupos da sociedade civil.

Mas eles encontraram algum consolo no compromisso, embora limitado, assumido por alguns governos na terça-feira, assim como nos sinais de que os países estão dispostos a firmar um novo acordo climático no ano que vem em Paris com a meta de limitar o aquecimento global a dois graus Celsius.

Um exemplo são os vários Estados, como México e Coreia do Sul, que prometeram investir no incipiente Fundo Verde para o Clima da ONU, concebido para ajudar países vulneráveis a se adaptarem a condições climáticas extremas e ao aumento no nível dos mares e a se desenvolverem de maneira limpa.

De acordo com cifras da agência de assistência Oxfam, as novas promessas feitas em Nova York totalizam 1,325 bilhão de dólares, dos quais a França entrará com a fatia majoritária de um bilhão ao longo dos próximos quatro anos.

"O dinheiro começa a chegar ao Fundo Verde para o Clima, embora seja pouco mais que um conta-gotas", disse Tim Gore, chefe de políticas climáticas da Oxfam. "Agora toda a atenção está voltada para aqueles que ainda faltam abrir a bolsa, como Estados Unidos, Grã-Bretanha, Austrália, Canadá, Japão e Nova Zelândia, e nos senões das promessas feitas (na terça-feira)".

Os países em desenvolvimento pediram uma capitalização inicial de 15 bilhões de dólares no fundo, e a principal representante da ONU para o clima, Christiana Figueres, disse que deveria ser de no mínimo 10 bilhões de dólares.

O total prometido até agora para o fundo - que fará sua primeira conferência de comprometimento em novembro, antes das conversas climáticas anuais da ONU no Peru - é de pouco mais de 2,3 bilhões de dólares.

Em separado, a Noruega afirmou que irá gastar até 300 milhões de dólares para apoiar um programa peruano de redução de emissões oriundas da destruição da quarta maior floresta tropical do mundo, e até 150 milhões de dólares para lidar com o desflorestamento causado pelo desmatamento, pela agricultura e pela produção de carvão na Libéria.

Enquanto isso, a União Europeia declarou que pretende destinar mais de 3 bilhões de euros, ou 3,8 bilhões de dólares, em subvenções para apoiar a energia sustentável em nações em desenvolvimento nos próximos sete anos.

INCERTEZAS

Robert Glasser, secretário-geral da CARE International, disse que sua organização ficou "decepcionada de ver que a adaptação à mudança climática recebeu tão pouca atenção nesta cúpula".

"Embora várias iniciativas tenham sido anunciadas aqui e ali, com informações tão vagas dos governos, não está claro se elas representarão algum benefício para os mais pobres do mundo", enfatizou.

Líderes de 19 países, além de 32 investidores e outros parceiros, apoiaram a criação de um corredor de energia limpa de oito mil quilômetros de extensão através do leste e do sul da África.

Embora o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, tenham dito aos líderes na cúpula que precisam ouvir as vozes das centenas de milhares de pessoas que participaram das manifestações sobre o clima no final de semana, houve quem questionasse o poder de penetração de sua mensagem.

"Protestamos pela proibição de novos projetos com combustíveis fósseis e pelo incentivo e financiamento de sistemas de energia renovável comunitários e descentralizados", afirmou a filipina Lidy Nacpil, diretora do Jubilee South, o Movimento da Ásia e do Pacífico sobre Dívida e Desenvolvimento. "Nenhum destes temas vingou na cúpula, parece que eles estavam ouvindo os patrocinadores privados, ao invés das pessoas".

 

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