Barack Obama: a entrevista foi concedida ao canal ABC (Jewel Samad/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de março de 2013 às 11h38.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou em uma entrevista exibida nesta quarta-feira que alguns, mas não necessariamente todos, os ataques cibernéticos contra empresas americanas e infraestruturas originados na China são "patrocinados pelo Estado".
Em uma entrevista ao canal ABC News, Obama também advertiu sobre a necessidade de evitar uma "guerra retórica" na discussão sobre os ataques virtuais e pediu ao Congresso que atue para fortalecer a segurança cibernética, protegendo ao mesmo tempo as liberdades civis.
Em relação a reações no Congresso, que alegam que os recentes ataques contra empresas do país podem significar que os Estados Unidos estariam em guerra com a China, Obama disse que "há uma grande diferença entre espionagem cibernética ou ataques informáticos e obviamente uma guerra real".
"O que é certo é que houve um aumento constante das ameaças informáticas contra nossa segurança. Algumas são feitas pelo Estado. Algumas são apoiadas por criminosos", afirmou o presidente na entrevista grava na terça.
"Dissemos claramente à China e a outros atores que esperamos que respeitem as normas internacionais e atuem segundo as regras internacionais", afirmou ainda, admitindo que milhões de dólares e segredos industriais foram perdidos em consequência da atividade dos hackers.
Mais cedo nesta quarta, a China anunciou sua vontade de cooperar com os Estados Unidos e outros países no combate contra os hackers e afirmou que também é vítima desses ataques.
"O que é preciso no espaço informático não é guerra e sim regulação e cooperação", afirmou a porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying.
A porta-voz respondia às declarações do Assessor de Segurança Nacional americano, Tom Donilon, que na segunda-feira disse que Pequim devia tomar medidas para investigar e deter os ataques informáticos.
No mês passado, um relatório da empresa americana de segurança Mandiant afirmou que uma unidade do Exército Popular de Libertação chinês roubou centenas de terabytes de informação de ao menos 141 empresas, que em sua maioria têm sua sede nos Estados Unidos.
Um relatório publicado no ano passado pelo Congresso americano assinala a China como "o ator mais ameaçador no ciberespaço".
Pequim rejeitou energicamente estas acusações.