Assange afirma que o caso está politicamente motivado por suas atividades no WikiLeaks (Carl Court/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de maio de 2012 às 11h01.
Londres - A Suprema Corte britânica anunciou nesta quarta-feira que no dia 30 de maio divulgará sua decisão sobre o último recurso apresentado pelo fundador do WikiLeaks, Julian Assange, contra sua extradição à Suécia como suspeito de quatro crimes de agressão sexual.
"O veredicto será comunicado às 09h15 locais (05h15 de Brasília)" em uma exibição que durará "cerca de 10 minutos", disse em um comunicado publicado em sua página oficial da internet.
A Suprema Corte examinou nos dias 1 e 2 de fevereiro o recurso do ex-hacker australiano de 40 anos para evitar sua extradição à Suécia, no último capítulo de uma batalha judicial que começou com sua detenção no dia 7 de dezembro de 2010.
A máxima instância judicial britânica admitiu o recurso no fim do ano passado, ao considerar que o caso de Assange levantava uma questão jurídica de "interesse geral", sobre se um promotor tem poder para requerer uma extradição, como ocorreu no caso de Assange.
A defesa do australiano, que se encontra em regime de prisão domiciliar à espera da decisão, argumentou ao longo de todo o processo que a Ordem de Prisão Europeia que conduziu a sua detenção em dezembro de 2010 não tem validade porque foi emitida por um promotor.
Além disso, o australiano nega ter cometido as quatro agressões sexuais, incluindo um estupro, denunciadas por duas mulheres e pelas quais até agora não foi formalmente acusado na Suécia, embora admita ter tido relações consensuais com ambas durante um período em Estocolmo.
Desde o início, afirma que o caso está politicamente motivado por suas atividades no WikiLeaks, e teme ser extraditado em última instância aos Estados Unidos, país que buscou até agora em vão uma forma de acusá-lo de espionagem.
Se a Suprema Corte britânica aprovar sua extradição, como já fizeram anteriormente um tribunal de primeira instância e o Tribunal Superior, Assange ainda poderá se voltar para a Corte Europeia de Direitos Humanos de Estrasburgo (França).