Tecnologia

Assange, do WikiLeaks, se diz vítima de calúnias

"Essa tem sido uma campanha difamatória muito bem sucedida, e muito errada", disse Julian Assange

Julian Assange, fundador do WikiLeaks, conversa com jornalistas do lado de fora da casa onde ficará hospedado no interior da Inglaterra (Paul Hackett/REUTERS)

Julian Assange, fundador do WikiLeaks, conversa com jornalistas do lado de fora da casa onde ficará hospedado no interior da Inglaterra (Paul Hackett/REUTERS)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2010 às 09h24.

Ellingham, Inglaterra - O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, declarou ser vítima de uma campanha de calúnias, após ter sido autorizado a aguardar em liberdade na Inglaterra o processo que pode levar à sua extradição para a Suécia, onde é acusado de crimes sexuais.

Por ordem da Justiça britânica, Assange passará o Natal na mansão rural de um amigo no interior do país -- o que ele definiu como "prisão domiciliar de alta tecnologia". O australiano de 39 anos disse que isso não o impedirá de continuar divulgando documentos oficiais secretos.

Assange passou nove dias preso em Londres, e foi solto na quinta-feira após o pagamento de uma fiança de 200 mil libras (312,5 mil dólares). Ele rejeita as acusações, feitas por duas ex-voluntárias do WikiLeaks, de que teria adotado comportamentos que na Suécia são considerados formas de abuso sexual.

"Essa tem sido uma campanha difamatória muito bem sucedida, e muito errada", disse Assange à BBC na noite de quinta-feira, já instalado na mansão do ex-oficial do Exército britânico Vaughan Smith, em Suffolk, leste da Inglaterra.

Sem entrar em detalhes, ele previu novas difamações por parte das autoridades suecas, e disse que seus rivais aproveitam o caso para prejudicá-lo por causa do WikiLeaks, site que desde o mês passado vem divulgado mais de 250 mil comunicações sigilosas da diplomacia norte-americana, o que causou constrangimentos para os EUA e seus aliados.

"Basta olhar para o sorriso irônico do secretário de Defesa (dos EUA, Robert) Gates ao saber da minha prisão... para entender o valor disso para os adversários desta organização", disse Assange.

O anfitrião de Assange já disse que a conexão com a Internet na sua mansão, a cerca de três horas de viagem de Londres, não é muito boa. Assange afirmou que as condições no local são "um flagrante impedimento" ao seu trabalho, mas que isso não o impedirá de fazê-lo.

"Como vimos durante minha ausência, as coisas (no WikiLeaks) estão bem encaminhadas para funcionarem mesmo sem o meu envolvimento direto", afirmou.

Além de se instalar na casa de Smith, Assange terá de usar um localizador eletrônico e precisará respeitar um toque de recolher e se apresentar diariamente à polícia. O australiano e seus advogados não escondem o temor de que ele venha a ser indiciado também nos EUA, por espionagem.

Vendo a movimentação de jornalistas no meio da neve à espera de Assange na mansão de Suffolk, uma vizinha, Janice Game, de 63 anos, deu crédito ao novo hóspede da região.

"Não acho que Vaughan iria tê-lo em casa se não acreditasse completamente que ele é inocente", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:DiplomaciaJulian AssangePersonalidadesWikiLeaks

Mais de Tecnologia

UE multa grupo Meta em US$ 840 milhões por violação de normas de concorrência

Celebrando 25 anos no Brasil, Dell mira em um futuro guiado pela IA

'Mercado do amor': Meta redobra esforços para competir com Tinder e Bumble

Apple se prepara para competir com Amazon e Google no mercado de câmeras inteligentes