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Arqueólogo encontra ruínas de 2 mil anos usando o Google Earth

A Arábia Saudita não liberou o espaço aéreo para um pesquisador. Mas ele deu um jeito de evitar o problema: imagens de satélite. E o truque rendeu

Ruínas: a função original dessas estruturas ainda não foi estabelecida (Google Earth/Reprodução)

Ruínas: a função original dessas estruturas ainda não foi estabelecida (Google Earth/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2017 às 16h09.

Última atualização em 30 de outubro de 2017 às 16h14.

Cada ponto da superfície do planeta já foi fotografado por um satélite. O que dá um pouco de medo em quem gosta de teorias da conspiração, mas tem lá suas vantagens – como revelar a localização de sítios arqueológicos milenares que não poderiam ser encontrados de outra forma.

Foi o que aconteceu com o arqueólogo David Kennedy, da Universidade do Oeste da Austrália. Ele estuda a pré-história da península Arábica há mais de 40 anos – e desde 1997 usa helicópteros e aviões para tentar rastrear ruínas perdidas na Jordânia.

A Arábia Saudita, porém, não libera seu espaço aéreo com a mesma facilidade, o que o obrigou a apelar para outros recursos: usando o Google Earth para navegar no interior das fronteiras sauditas, tropeçou em 400 estruturas de pedra de cuja existência nem suspeitava.

“Não dá para vê-las de forma discernível no nível do chão, mas quando você sobre algumas centenas de metros, ou usa um satélite, que é ainda mais alto, elas aparecem com muita nitidez”, explicou Kennedy à imprensa. Segundo ele, a superfície aparentemente homogênea da areia ainda esconde muitas surpresas.

“Nós costumamos pensar na Arábia Saudita como um deserto, mas há um baú de tesouros arqueológicos que precisa ser identificado e mapeado.”

A função original dessas estruturas ainda não foi estabelecida – já foram descartadas possibilidades como cemitérios, casas, ou armadilhas para animais, que seguem padrões de construção diferentes.

Elas são obra de tribos nômades, ancestrais dos atuais beduínos, e têm algo entre 2 mil e 9 mil anos.

Isso as torna vários milênios mais antigas que a ascensão do islamismo (o profeta Maomé só nasceria por volta do ano 570). Mais detalhes logo estarão disponíveis em um artigo científico, que será publicado em novembro.

Embora a descoberta recente tenha recebido maior destaque, o trabalho do grupo de pesquisa de Kennedy com imagens de satélite já dura quase uma década. Em 2011, o arqueólogo foi destaque de um vídeo do próprio Google, que você pode assistir abaixo. 

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Este conteúdo foi publicado originalmente no site da Superinteressante.

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