EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 21 de março de 2014 às 13h47.
Buenos Aires - O governo da Argentina lançou nesta sexta-feira a plataforma virtual "archivosabiertos.com", onde poderão ser consultados todos os arquivos secretos da última ditadura no país (1976-1983) encontrados em um edifício da força aérea em novembro de 2013.
A documentação, que abrange as atas das juntas militares e as listas negras de intelectuais e artistas classificados como "perigosos" pelo regime, poderá ser consultada gratuitamente pela internet, enquanto os originais serão conservados na Biblioteca Aeronáutica da capital argentina.
"Este é um espaço por meio do qual milhões de argentinos poderemos reconstruir e reparar uma parte de nossa história. Este é o espaço para que militares e civis sigamos construindo, com a contribuição de mais documentos e testemunhos", afirma o texto de apresentação da página.
No site já é possível encontrar atas completas das juntas militares, as listas negras e o relatório "Antecedentes, fundamentos e alcances para um esquema de projeto nacional" (1978), elaborado pela Associação de Bancos Privados de Capital Argentino (ADEBA).
O material digitalizado faz parte das 1.500 pastas achadas no subsolo do Edifício Condor (Buenos Aires) por um funcionário de manutenção em 4 de novembro.
"Poderia ter se tratado de um dia a mais, nos quais se realizam tarefas de manutenção. No entanto, foram as próprias forças armadas que entenderam que aquele deveria ser um dia histórico", diz a página inicial do site "archivosabiertos.com".
O arquivo foi revisado pela Secretaria de Direitos Humanos e o Ministério da Defesa e colocado à disposição da Justiça para as causas que investigam crimes contra a humanidade durante a ditadura.
O lançamento do site faz parte das atividades de resgate da memória programadas por ocasião do 38º aniversário do golpe de estado na Argentina, ocorrido em 24 de março de 1976.